BOVESPA: 27 empresas dos mais variados setores divulgam resultados nesta semana; até aqui os lucros caíram 30% em relação a 2015 / (Germano Lüders/Site Exame)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2016 às 21h20.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
A votação do impeachment no domingo deve marcar uma nova fase na Bolsa. Até agora, o Ibovespa já subiu 20% este ano e está nos 52.000 pontos – a maior marca em nove meses. A tendência é que, a partir de segunda-feira, as negociações se tornem mais racionais, segundo analistas ouvidos por EXAME.
“Se o impeachment for aprovado pela câmara, a euforia vai diminuir e os investidores devem começar a olhar mais para os resultados das empresas”, diz Sandra Peres, analista chefe da corretora Coinvalores.
No geral, a expectativa ainda é de alta. Mas empresas problemáticas como a siderúrgica CSN, que já subiu 186% no ano e a mineradora Vale, que teve alta de 40%, devolvam parte dos ganhos. “É preciso muito mais que uma troca de governo para resolver os problemas dessas empresas e os investidores devem finalmente cair em si”, diz Luis Gustavo Pereira, analista da corretora Guide.
Além de rever os balanços, o mercado deve começar a montar o “pacote Michel Temer”. Como a Bolsa tenta sempre antecipar fatos, investidores começarão a escolher as empresas que seriam prejudicadas e as possíveis beneficiadas com a troca de governo.
A expectativa é que programas sociais como Fies e Minha Casa Minha Vida tenham suas verbas reduzidas. Com isso, ações de empresas educacionais como Kroton e Estácio e de construtoras como a MRV e a Direcional, podem sofrer um tombo.
“Por outro lado, os bancos vão continuar em alta, com a expectativa de melhora da economia”, diz Pereira.
Se o processo de impeachment não passar, a história é outra. Neste caso, os 40.000 pontos do Ibovespa devem voltar a estampar as negociações. Seja qual for o placar no domingo, a partir de segunda-feira é vida nova na bolsa.