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Ele ajudou a trazer a internet ao Brasil. Agora, investe R$ 40 milhões com e-mail para empresas

Skymail quer disputar frente a frente com gigantes internacionais como Microsoft e Google e faturar R$ 100 milhões

Paulo Lima, da Skymail:  (Skymail/Divulgação)

Paulo Lima, da Skymail: (Skymail/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de junho de 2024 às 08h02.

Última atualização em 29 de junho de 2024 às 08h57.

O empreendedor paulista Paulo Lima é um dos poucos que tem o aval para falar: “quando eu cheguei na internet, tudo era (realmente) mato”.

Ele trabalha com internet no Brasil desde 1994, ainda antes que a primeira internet comercial chegasse a ser comercializada por aqui. Mais: ele foi um dos responsáveis por trazer a internet comercial ao país.

Desde então, não saiu do mercado, mas mudou um pouco seu foco. Hoje, ele lidera a Skymail, uma empresa que oferece serviços de e-mail corporativo à segurança digital para empresas.

Com foco de faturar 100 milhões de reais em 2025 e chegar a 400 novos clientes, a empresa vai investir 40 milhões de reais na ampliação de mercado. O dinheiro será para abrir novos escritórios, ter um novo data center no Nordeste e fortalecer a marca com marketing.

Caso a meta se concretize, será como se a empresa dobrasse de faturamento em dois anos. A companhia teve receitas de 45 milhões de reais em 2023, com 5,5 mil corporações que utilizam seus produtos e mais de 1 milhão de e-mails ativos.

Qual é a história de Paulo Lima

Lima se autodeclara uma das pessoas mais antigas no mercado brasileiro de internet. Ao lado de Aleksandar Mandic, participou da criação do primeiro provedor de internet comercial do Brasil, a Mandic Internet.

Alguns anos depois, ajudou também a montar o primeiro provedor de internet paga, o IG — sigla de Internet Group, mas também conhecida, graças a uma estratégia de marketing, por Internet Grátis.

“Com a criação do IG, criamos também um e-mail. A ideia era oferecer um e-mail gratuito para atrair clientes para o IG”, afirma.

Estabelecida esta dinâmica, Aleksandar e Lima começaram a desenhar um outro produto. Um provedor de e-mail pago, com mais espaço na caixa, antivírus, possibilidade de recursos profissionais e segurança -- tudo ainda muito inédito na época.

O IG não quis entrar no projeto, e os dois empreendedores decidiram criar o negócio do zero, então. Surgia ali o Mandic Mail, que ficou com os empreendedores até 2011, quando foi adquirida pela gestora de private equity Riverwood Capital.

Sob nova gestão, a Mandic passou a focar em clientes de grande porte. Lima encontrou ali uma oportunidade para seguir trabalhando com e-mail, mas focando em outro público: pequenas e médias empresas.

Conseguimos prover um serviço de qualidade, com grande aderência, para negócios que estavam desassistidos”, diz. “Começamos a aproveitar o mercado e trazer produtos diferentes, principalmente o cloud, com backup, segurança nas nuvens, etc”.

Nascia assim a Skymail, que nos últimos oito anos cresce numa média de 50% ao ano.

Qual é a estratégia de crescimento da Skymail

O ritmo de crescimento da Skymail acelerou ainda mais com a pandemia, porque aumentou a busca por serviços de segurança digital, criptografia e clientes na nuvem.

“Criamos uma empresa só para atender o tipo de cliente que precisa de uma atenção para lidar com segurança”, diz. “Vender antivírus, vender todo suporte e aparato de segurança”.

Hoje, a Skymail tem cerca de 6.000 clientes, alguns deles já de grande porte, em enterprise, como a hospitalar Rede D’or.

O faturamento neste ano deve chegar aos 60 milhões de reais. Para o próximo ano, a meta é bater os 100 milhões de reais em receita. Mas não só com e-mail. Surfando, também, na onda de cloud, uma das tríades de tecnologia para empresas atualmente, junto com inteligência artificial e internet das coisas.

O investimento de 40 milhões de reais vai ajudar nisso.

“O montante será aplicado na ampliação maciça do time, abertura de três novos escritórios regionais e um ponto de data center adicional aos três já existentes pelo Brasil”, afirma.

Um desses novos escritórios ficará em Recife, com o objetivo de atrair mais clientes do Nordeste.

“Colocando uma operação mais perto para garantir a maior agilidade, você atrai mais clientes locais. Eles têm a garantia que o data center está perto, que a questão será resolvida logo, e não algo distante, em São Paulo, por exemplo”.

Outra parte forte do crescimento virá num investimento mais parrudo em marketing.

“Quando íamos vender a Mandic, a marca tinha um peso grande, chegava com a pastinha e já era aprovado. O Skymail, as empresas não conhecem ainda”, afirma. “Queremos mostrar nossa gama de produtos, que temos mais do que e-mails. Temos tecnologia cloud e segurança. Queremos mostrar que temos a mesma capacidade que a Microsoft”.

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