A força-tarefa da Saraiva para entregar pedidos na volta às aulas
EXAME.com visitou o armazém da livraria, em Cajamar, e mostra como tudo funciona por lá durante essa época movimentada do ano
Luísa Melo
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 13h47.
Última atualização em 25 de janeiro de 2017 às 16h48.
São Paulo - Para apaixonados por livros e artigos de papelaria, o centro de distribuição da Saraiva, em Cajamar, São Paulo, é quase um parque de diversões. O estoque, em algumas partes, mais parece uma biblioteca, com prateleiras recheadas de títulos. De lá, saem cerca de 150.000 produtos todos os dias. Em dezembro, o número salta para próximo de 200.000, por causa da venda aquecida de materiais escolares. Para dar conta de tudo, a empresa contrata funcionários temporários e abre um terceiro turno de operação, durante a madrugada, de novembro a março – período que cobre a Black Friday, o Natal e a volta às aulas. EXAME.com visitou o armazém e mostra, nas fotos, como tudo funciona por lá durante essa época movimentada do ano.
Além da unidade de Cajamar, a Saraiva possui outro centro de distribuição em Salvador, na Bahia. O primeiro entrega produtos para as lojas e cobre as vendas online para a região metropolitana de São Paulo. Também concentra a operação volta às aulas, uma vez que praticamente todos os livros saem de lá. Já o segundo envia os itens comprados pela internet para todo o Brasil, além de abrigar a maior parte dos eletrônicos comercializados pela companhia.
O galpão tem 22.000 metros quadrados. A Saraiva está no local desde 2013 e usa cerca de 60% de sua capacidade de armazenamento. A empresa não abre quantos funcionários trabalham lá porque considera essa informação estratégica, mas diz que durante a "volta às aulas", o efetivo cresce 25%. Ao todo, contando as 113 lojas pelo país, ela emprega cerca de 4.500 pessoas.
O tratamento dado às mercadorias guardadas no centro distribuição muda conforme o lugar para onde elas irão: as lojas ou as casas dos consumidores que compram online.
O processo de chegada desses produtos ao depósito, porém, é o mesmo. Das 26 docas para caminhões que há no local, seis são dedicadas ao recebimento de cargas. Depois de descarregadas, as caixas são abertas e os produtos conferidos e cadastrados pelos trabalhadores.
Na sequência, se o item tiver como destino alguma das lojas Saraiva, segue por uma esteira, de onde é empacotado e entregue para as transportadoras para a distribuição.
Já se ele for para o estoque (para depois atender as compras online ou os pedidos de reposição nos pontos de venda), é encaminhado para as prateleiras.
Os livros que têm muita saída, como os best sellers, ficam armazenados em caixas. Os demais vão direto para as estantes. Em 2016, o título mais comprado na Saraiva foi "Como eu era de antes de você", da jornalista Jojo Moyes.
Encontrá-los é como buscar um endereço. Cada corredor do galpão é uma "rua" e cada prateleira possui um código de barras, como se fosse o número de um imóvel – tudo cadastrado no sistema online.
Os pedidos feitos no e-commerce podem ser separados de duas maneiras. Se a compra é de um item único, ele é coletado (processo chamado picking) individualmente e já encaminhado para a embalagem.
Porém, pedidos de dois ou mais produtos são coletados coletivamente e depois levados para a área de consolidação (foto). Lá, eles são separados e agrupados conforme a demanda do cliente.
Já montados, os pedidos são conferidos pelos funcionários, que também emitem a nota fiscal, a etiqueta e fazem a embalagem.
No pacote, as compras são encaminhadas por uma esteira até os profissionais que vão agrupá-las em gaiolas.
Cada uma das gaiolas vai para uma transportadora. A Saraiva é parceira de 11 companhias de logística. Elas alocam funcionários no centro de distribuição para agilizar o carregamento dos caminhões.
A escolha de qual empresa vai levar os produtos varia conforme o local e o tipo de entrega marcada pelo cliente (no caso do e-commerce).
A livraria trabalha com prazos de recebimento para o mesmo dia da compra, para o dia seguinte, para uma data agendada e oferece ainda a opção de retirada nas lojas. O preço do frete varia conforme o serviço.
A Saraiva também vende canetas, mochilas, cadernos, lápis de colorir... Mas seu principal mercado ainda é o de livros, no qual tem 24% de participação no país, segundo ela mesma. No fim de 2015, a companhia se desfez de seu braço editorial e passou a focar no varejo. Sua receita líquida atingiu 1,25 bilhão de reais nos nove primeiros meses de 2016 (últimos dados disponíveis), uma queda de 1,9% frente ao mesmo período do ano anterior. Enquanto as vendas nas lojas físicas caíram nesse intervalo, as do e-commerce cresceram. O prejuízo acumulado foi de 27,91 milhões de reais, perda 52,4% menor do que a registrada um ano antes.