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A fome insaciável da 3G Capital chegou à Unilever

O fundo é conhecido por ser o dono da AB Inbev, mas é muito mais que isso

Jorge Paulo Lemann (Divulgação)

Jorge Paulo Lemann (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 16h06.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2017 às 16h29.

São Paulo – A 3G Capital, fundo de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, cresceu abocanhando outras empresas. Agora, anunciou seu novo alvo: a gigante de produtos de consumo Unilever.

O fundo é conhecido por ser o dono da AB Inbev, mas é muito mais que isso. Nos últimos anos, construiu um império no setor de alimentos e bebidas, a partir de fusões de importantes concorrentes.

Em 2011, a 3G Capital comprou a rede de fast food Burger King por US$ 3,26 bilhões. Incluindo a dívida que a 3G assumiu, o valor do negócio subiu para US$ 4 bilhões.

Três anos depois, a Burger King adquiriu a canadense Tim Hortons, rede de cafés e donuts. A fusão criou uma empresa com receitas anuais estimadas de US$ 23 bilhões e 18 mil restaurantes em 100 países.

Em 2013, o megainvestidor Warren Buffet, a partir de seu fundo Berkshire Hathaway, se tornou parceiro do grupo brasileiro em uma nova operação. A Kraft se fundiu com a Heinz e as duas se tornaram a 5ª maior companhia de alimentos do mundo. A aquisição chegou a US$ 56 bilhões.

Em 2016, mais uma operação chegou às manchetes. Em julho, a AB InBev anunciou a fusão com a SAB Miller. A compra de US$ 108 bilhões criou o maior grupo de cerveja do mundo, responsável por 30% do mercado global.

Com uma aquisição de peso a cada dois anos, o mercado já aguardava uma nova proposta agressiva de aquisição. As especulações acabaram, com esta negociação bilionária com a Unilever.

A fusão iria criar uma nova líder global em alimentos, de acordo com a Euromonitor. Em alimentos embalados, a Unilever tem uma participação de mercado de 1,59% e a Kraft Heinz domina 1,40% do mercado. Juntas, elas ultrapassariam a Nestlé, que detém 2,85% do mercado, em faturamento, segundo a instituição.

A Kraft Heinz tem até o dia 17 de março para formalizar a proposta pela rival e espera continuar as conversas. Já a Unilever recusou a oferta inicial e falou que não há razões para negociações futuras.

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