São Paulo – Acesso a informações, desejo de influir em decisões importantes, tentativas de promover fusões. Há vários motivos para que uma empresa queira se infiltrar em um concorrente. Na semana passada, por exemplo, a grife de luxo Hermès anunciou que vai novamente colocar um membro da família no comando da marca para protegê-la das garras da rival Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH). Em 2010, a grife comprou 20% da Hermès. No Brasil, a CSN, desde 2010, vinha comprando participação na Usiminas, sua principal concorrente no setor de siderurgia no país. Clique nas fotos e veja 5 companhias infiltradas em suas concorrentes:
Se não fosse o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibir a CSN de comprar mais ações da concorrente Usiminas, hoje a participação de 20,1% que a CSN já poderia ser maior. Desde 2010, a CSN vinha comprando pequenas quantidades de ações da Usiminas e, apesar de ter declarado publicamente que não pretendia ter mais de 10% da concorrente, a participação foi duas vezes maior que isso. Em abril deste ano, o Cade suspendeu todos os direitos que CSN tinha na Usiminas por conta de sua participação acionária, com exceção do recebimento de dividendos. Caso a CSN descumpra as restrições impostas, ela poderá ser multada em 10 milhões de reais. Além disso, terá de pagar 100.000 reais por dia de descumprimento.
No começo de 2010, a Camargo Corrêa, que tem um braço no setor de cimento, comprou, por 1 bilhão de reais, 22,2% da cimenteira portuguesa Cimpor. Na ocasião, a empresa brasileira não descartou unir as operações das duas companhias. No final de março deste ano, a Camargo Corrêa apresentou uma Oferta Pública para Aquisição de Ações (OPA), em Portugal, para assumir o controle da Cimpor. O negócio pode movimentar 1,5 bilhão euros.
4. Abu Dhabi Etihad Airways na Virgin Australiazoom_out_map
4/5(Scott Barbour/Getty Images)
A companhia aérea Etihad Airways Abu Dhabi elevou sua participação na Virgin Australia para 4,99% nesta semana. As duas companhias disputam rotas no Golfo. Segundo a Abu, a intenção é ter pelo menos 10% de participação nos concorrentes. "Estamos interessados na construção de uma participação maior ao longo do tempo, mas só vamos fazer isso depois de receber as aprovações regulatórias necessárias", disse a companhia, em nota recentemente divulgada ao mercado.
No final do ano passado, a Vodka Russian Standard, companhia de bebidas, comprou uma participação de 9,9% da rival polonesa Central European Distribution Corp (CEDC). A CEDC, no ano passado, perdeu 80% de seu valor de mercado e precisou por duas vezes rever suas expectativas para o ano. Na ocasião da compra, a Standard chegou a afirmar que a aquisição era estratégica e que pretendia comprar mais ações da concorrente.
Jane Lu veio de uma origem modesta, mas soube usar suas habilidades financeiras para construir um negócio de sucesso cuja avaliação está na casa dos nove dígitos