21 empresas-modelo em sustentabilidade em 2011

Desde o lançamento da sua linha de produtos Ekos, há dez anos, a Natura tem mostrado que a sustentabilidade é a essência do seu negócio, imagem reforçada por uma rede de fornecedores de comunidades locais que produzem insumos ligados à biodiversidade brasileira que enchem os potinhos de produtos de higiene e beleza da marca. Só a embalagem plástica é que não tinha nada de sustentável. Para resolver isso, a Natura adotou o plástico verde, 100% reciclável, que reduz em 71% a emissão dos gases efeito estufa.

A fabricante chilena de painéis de madeira Masisa prioriza o uso de energia renovável em suas duas unidades no Brasil. Mais da metade da energia que abastece as fábricas de Montenegro, no Rio Grande do Sul, de Ponta Grossa, no Paraná vem de biomassa, gerada por resíduos como cascas, tocos e galhos de madeira. A empresa também procura em seus funcionários soluções criativas para produzir mais com menos insumos.

A Promon, empresa especializada em projetos de infraestrutura, está empenhada a medir o impacto socioambiental de todos os seus projetos. Exemplo disso foi criação da Promon Meio Ambiente a partir da parceria com três empresas da área ambiental do grupo Brandt, das quais a Promon adquiriu 30% de participação em junho. Hoje, os projetos que saem da prancheta da Promon já reduzem até 40% o consumo de água e 15% o de energia elétrica, em comparação ás práticas convencionais da construção civil.

A fabricante de produtos de higiene pessoal Kimberly-Clark está procurando um lugar no Brasil para instalar sua quinta fábrica no país. Para isso, a empresa vem realizando projeções dos diferentes impactos ambientais que podem surgir, de região para região, com a instalação da nova fábrica e a formação de uma rede local de distribuição. A região vencedora será a que oferecer as melhores condições para uma operação de baixo impacto ambiental.

A Aperam, nova marca de aço inoxidável da ArcelorMittal, está comprometida em minimizar o impacto de sua atividade. Desde setembro, passou a usar na sua fábrica no município de Timóteo, em Minas Gerais, apenas carvão vegetal, que é extraído de plantações de eucalipto da própria empresa. Menos poluente que o carvão mineral, o carvão vegetal deve ajudar a reduzir pela metade as emissões da usina mineira.

Depois de inaugurar postos elétricos para veículos em 2010, a subsidiária brasileira da EDP, holding de empresas de geração, distribuição e comercialização de energia elétrica, investe em redes inteligentes de energia. Ela lançou em Aparecida do Norte, SP, um projeto piloto que prevê a instalação de 15 mil medidores inteligentes em todo o município. O sistema evita erros de medição e permite detectar mais rapidamente eventuais pontos de interrupção no fornecimento de energia, além de controlar fraudes e reduzir o custo de manutenção da rede.

Em 2010, a distribuidora de energia elétrica Elektro deu um show de eficiência no atendimento aos seus clientes. Após intensos temporais que atingiram as cidades paulistas de Cunha e São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, a empresa conseguiu reestabelecer com rapidez todo o fornecimento de energia nas regiões afetadas. A eficiência vem da associação de um time especializado de eletricistas com tecnologia de ponta.

Mobilizar as comunidades locais das regiões onde atua para produção de mel e outras culturas agrícolas é uma das estratégias da fabricante de papel e celulose Fibria para mudar a imagem de vilã de suas florestas de eucalipto, base da sua atividade. Por todo o Brasil, mais de 500 criadores de abelha produzem mel em florestas da empresa, que também vem apostando em outros tipos de plantio, como mandioca, milho e feijão. Os projetos ajudam a aumentar a renda de comunidades vizinhas das áreas de atuação da Fibria.

Desde que se tornou o terceiro maior produtor de açúcar e etanol do Brasil, após incorporação do grupo Moema em 2010, Bunge declarou guerra às práticas trabalhistas informais na agricultura, pondo fim à figura dos boias-frias, que atuam em condições indignas e muitas vezes perigosas. Hoje, todos eles possuem carteira de trabalho assinada e participação nos lucros. A empresa também exige que todos os seus fornecedores regularizem condições desses trabalhadores agrícolas.

Segundo um levantamento do Serasa Experian, uma em cada dez empresas brasileiras que tomam crédito junto ao sistema bancário apresenta algum tipo de irregularidade socioambiental. Para evitar incorrer no erro, antes de liberar um financiamento para um novo empreendimento, o Itau Unibanco realiza uma análise minuciosa dos potenciais impactos do negócio sobre o meio ambiente. Se os efeitos forem superiores aos considerados aceitáveis pelos especialistas, o financiamento é recusado.

Pesquisadores brasileiros da indústria química Dow aliaram ciência e tecnologia para desenvolver uma nova embalagem plástica, mais flexível, chamada de stand up pouch (“saco que fica em pé”), que pode ser usada por enlatados, como molho de tomate, e produtos de limpeza. Constituída 100% de polietileno, ela é mais fácil de reciclar e também pesa menos, o que diminui os gastos com combustível para transporte dos produtos.

Atenta ao problemão ambiental gerado pelo descarte incorreto de aparelhos eletroeletrônicos, a Philips vem estimulando que seus consumidores retornem equipamentos velhos aos postos de coleta localizados em sua rede da assistência técnica. Criado em 2010, antes da Política Nacional de Resíduos Sólidas, que obriga as empresas do setor a se responsabilizarem pela coleta e destinação ambientalmente correta dos resíduos, o programa Ciclo Sustentável recolheu em um ano 160 toneladas de eletroeletrônicos em 25 cidades brasileiras.

Depois de sair na frente da concorrência com a medição da pegada de carbono de seu processo produtivo, a fabricante de papel e celulosa Suzano agora conta com a ajuda de conselheiros “verdes”. A empresa formou um órgão consultivo de sustentabilidade que tem, além de funcionários da empresa, convidados de fora, que são atuantes na área, como Paulo Itacarambi, vice-presidente do Instituto Ethos, e Maria Luiza Pinto e Paiva, diretora de sustentabilidade do Banco Santander.

O diálogo com a comunidade é um ponto forte da mineradora Anglo American Brasil. A empresa criou em parceria com Universidade Federal de Goiás o projeto Biodiversidade Vai à Escola, que deu origem, em 2010, à publicação de sete livros didáticos sobre a fauna e flora do Cerrado. Adotado por escolas da região, o material ajuda na educação ambiental de jovens e crianças dos municípios de Barro Alto, Niquelândia e Catalão, em Goiás. A ideia é expandir o projeto para outras regiões de atuação da mineradora.

Atenta a falta de mão de obra bem preparada no setor de construção civil, a Mexichem Brasil (novo nome da Amanco Brasil) criou um curso técnico em parceria com o Senai para formação de instaladores hidráulicos. Dos 32 mil profissionais que já passaram pelo curso em todo o pais, 41% relataram melhoras na remuneração e outros 72% disseram ter aprendido a utilizar de forma mais eficiente os recursos hídricos durante uma obra.

Para a Embraco, maior fabricante de compressores de refrigeradores do mundo, sustentabilidade se traduz em eficiência energética e miniaturização. Com investimentos em pesquisa e inovação, a empresa reduziu o consumo de energia do seus produtos pela metade em duas décadas. Ao buscar uma maior eficiência energética e diminuir o tamanho dos compressores, a Embraco já economizou 73 milhões de litros de água e 48 mil toneladas de material em todas as fábricas da companhia no mundo.

Criado há 27 anos, o Laboratório Sabin, de Brasília, surgiu com apenas 4 funcionários e hoje já conta com um quadro de mil empregados. Apesar do crescimento, a Sabin mantém características de uma empresa familiar. Exemplo disso é o programa “Eu cuido dos meus pais”, que permite que um funcionário, no mês de seu aniversário, ofereça um check-up gratuito de saúde aos próprios pais. Outro mimo que fortalece a relação entre a empresa e o funcionário chega após 20 anos de serviço: a dedicação é premiada com um carro zero-quilômetro.