Jeff Bezos: A valorização de 57% da empresa durante o ano fez sua fortuna disparar (David Ryder / Stringer/Getty Images)
Karin Salomão
Publicado em 28 de janeiro de 2018 às 08h00.
Última atualização em 28 de janeiro de 2018 às 12h37.
São Paulo - Fundador da Amazon, Jeff Bezos se tornou o homem mais rico de toda a história moderna, desde o início da medição da Forbes. Ele ultrapassou Bill Gates, fundador da Microsoft, em junho do ano passado e, novamente, em outubro.
Sua fortuna é formada principalmente por ações da Amazon.com, empresa que fundou e da qual é presidente. A valorização de 57% da empresa durante o ano fez com que ele passasse de 65 bilhões de dólares para os atuais 115 bilhões de dólares.
Assim como muitas históricas de empresas de sucesso, o bilionário criou o negócio, uma livraria virtual, na sua garagem. Ao longo dos anos, a empresa desbancou grandes redes de livrarias físicas, expandiu sua área de atuação e comprou mais de 70 empresas.
Hoje, atua em computação em nuvem, inteligência artificial, a assistente pessoal Alexa, produção e distribuição de conteúdo, tem uma rede de supermercados, a Whole Foods, comprada por 13,7 bilhões de dólares, e The Washington Post, entre outros.
Veja abaixo 15 curiosidades sobre a vida do empresário, homem mais rico do mundo.
Jeffrey Preston Bezos nasceu em 12 de janeiro de 1964, em Albulquerque, New Mexico. Sua mãe, Jacklyn Bezos, casou-se ainda adolescente com Ted Jorgensen - que andava de uniciclo e participava do grupo Unicyle Wranglers.
Deste casamento, que durou pouco mais de um ano, nasceu Jeff, que considera seu padrasto seu verdadeiro pai, Mike Bezos, que nasceu em Cuba e fugiu para os Estados Unidos com 15 anos.
Bezos passou a sua infância e férias de verão em uma fazenda da família em Cotulla, no Texas. Trabalhou instalando encanamentos, consertando moinhos e vacinando o gado, entre outras tarefas. Desde cedo, demonstrou uma aptidão para construir coisas e se divertia montando e desmontando itens à sua volta, como seu próprio berço quando era apenas um bebê.
Para Bezos, as férias de verão eram sempre produtivas. Além de suas tarefas na fazenda da família, ele criou um acampamento de negócios, chamado The Dream Institute, voltado para crianças e adolescentes. A lista de leitura sugerida para o curso era extensa, com livros como Senhor dos Anéis, de J.R. Tolkien, David Coperfield, de Charles Dickens e Duna, de Frank Herbert.
Inicialmente interessado em cursas física, na universidade de Princeton, ele mudou sua graduação para ciências da computação e engenharia elétrica. Com o início da internet, sua formação era bastante valorizada e ele trabalhou em diversas companhias no setor financeiro, em Wall Street, Nova York, de 1986 a 1994.
Em uma delas, D.E. Shaw, se tornou vice-presidente. Foi também nessa firma que descobriu o potencial da internet. Em um mês, a rede de computadores crescia 2.300%, estatística que chocou o empresário. Ele decidiu aproveitar a onda do crescimento para começar seu próprio negócio.
Deixar o emprego estável, com um cargo algo e um bom salário para abrir o próprio negócio é uma decisão difícil para qualquer um, até para o hoje bilionário. Para tomar a decisão que iria mudar sua vida, ele usou um método pouco convencional.
Ele pensou em como se sentiria a respeito quando tivesse 80 anos. Chegou à conclusão de que, se não tentasse investir em seu negócio, poderia se arrepender, mas que, se desse uma chance ao seu sonho, se sentiria orgulhoso, mesmo que falhasse.
Enquanto ainda trabalhava na D.E. Shaw, conheceu sua futura mulher Mackenzie, ao entrevista-la para uma vaga. Com 23 anos, ela se apaixonou pela risada do executivo, conhecida por ser expansiva, e sugeriu saírem para o almoço. O noivado durou apenas três meses e, seis meses depois de se conhecerem, já estavam casados. Hoje, ela é escritora.
Em sua garagem, em Seattle, ele começou o negócio com três computadores em 1993. Inicialmente, Bezos havia batizado a livraria virtual de Cadabra, mas mudou de ideia um ano depois, ao perceber que a palavra soava como cadáver, em inglês.
Outras opções eram MakeItSo.com, Awake.com, Browse.com, Bookmall.com, e Relentless.com. Ele decidiu pelo nome Amazon.com depois de olhar palavras com A no dicionário.
Fundada em 1994, a empresa recebeu seus primeiros clientes em julho de 1995. Havia um sino, programado para tocar a cada vez que alguém fizesse uma compra e os livros eram levados pessoalmente por Bezos ao correio a cada vez.
O sino não tocou por muito tempo. Em setembro de 1995, as vendas já somavam 20 mil dólares por semana e o instrumento precisou ser desativado.
A rede de livrarias Barns & Noble sempre foi vista a grande rival da Amazon.com. Em 1996, enquanto a concorrente tinha vendas de 2 bilhões de dólares, os ganhos da novata eram de 16 milhões de dólares.
Apesar da diferença de tamanho, os donos da gigante perceberam a Amazon como ameaça. Os irmãos Leonard e Steve Riggio decidiram marcar uma conversa com Bezos para firmar um acordo, como criar um site em conjunto.
O empreendedor, ao lado de Tom Alberg, sócio de um fundo de investimentos e diretor da Amazon.com, decidiram que a união não daria certo. A partir de então, as duas se tornaram grandes inimigas.
A rede abriu uma ação contra a Amazon, que dizia ser a maior livraria do mundo. A ação apenas deu mais visibilidade à companhia, que mudou seu slogan de maneira surpreendente para "livros, música e mais" ao expandir sua área de atuação.
Elon Musk, criador da montadora de carros elétricos Telsa e da SpaceX, está em 48º no ranking de pessoas mais ricas do mundo, com "apenas" 21 bilhões de dólares, segundo a Bloomberg.
Mesmo assim, ele está ao lado de Bezos, que ocupa a primeira posição, no interesse por foguetes. Bezos criou a Blue Origin em 2004, empresa que busca fomentar o turismo no espaço.
Criada em 2000, a empresa não é tão conhecida quanto as concorrentes, mas também busca contribuir para o “futuro da humanidade”. Em 2005, ela começou a desenvolver projéteis e, dez anos depois, sua nave espacial reutilizável voltada para o turismo, a New Shepard, foi lançada aos limites do espaço com sucesso.
O bilionário não é conhecido por ser um chefe fácil. Ele frequentemente diz aos seus funcionários "não perderem o seu tempo" ou "se eu ouvir isso mais uma vez, vou ter que me matar".
Ele foi eleito o pior chefe do mundo pela Confederação Internacional de Sindicatos (ITUC, na sigla em inglês), em 2014. Entre os motivos que levaram Bezzos a receber o ingrato prêmio, estão tratar os empregados de sua companhia na Alemanha como robôs e não esconder que, em breve, eles serão realmente substituídos por máquinas.
No entanto, apesar da grosseria, muitos respeitam seu estilo e dizem que essas interrupções o ajudam a se manter no foco, de prover um melhor serviço aos usuários.
Ao contrário de empreendedores que perdem horas de sono envolvidos em seus negócios, Bezos gosta de separar um tempo para si e para sua família. Por isso, todas as manhãs toma o café com a esposa e os quatro filhos e não marca nenhuma reunião para antes das 10h da manhã.
Após a janta, mantém um ritual: lavar a louça. "Estou convencido de que é a coisa mais sexy que eu faço”, disse. Tem o hábito de dormir 8 horas por dia - e acorda diariamente sem a ajuda de um despertador - pois diz que sua capacidade de tomar decisões diminui com o cansaço
Ávido leitor desde pequeno, ele também se interessa por ficção científica, como a série Star Trek. Chegou a aparecer no filme Star Trek Beyond, de 2016, como um alienígena membro da Starfleet.
Bucket list. Cast, crew and Justin Lin @trailingjohnson were amazing. #StarTrekBeyond https://t.co/VJ95D8pQeK
— Jeff Bezos (@JeffBezos) 20 de julho de 2016
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Em seu (curto) tempo livre, Bezos mantém um hobby que apenas um bilionário poderia perseguir. Com submarinos, ele busca pedaços de espaçonaves usadas pela NASA durante as missões para a lua. Os submarinos controlados remotamente já trouxeram dois motores da missão Apollo F-1.
Com 1.500 funcionalidades, como conferir o tempo, tocar música, fazer perguntas ou acrescentar itens à lista de compras, Bezos acredita que a assistente virtual da Amazon, a Alexa, é bastante útil. Tanto que ele espalhou um Amazon Echo, dispositivo através do qual é possível conversar com a robô, em cada quarto.
“De forma lenta, mas implacável, eu fui acrescentando um Echo ou Echo Dot em cada cômodo da casa, inclusive nos banheiros. Comecei pela cozinha e fui adicionando aos outros quartos e fiquei frustrado quanto estava no banheiro e não conseguia perguntar para a Alexa como estava o tempo ou algo assim. Creio que sou um pioneiro nesse sentido”, afirmou ele em entrevista ao Billboard.