Zoellick teme inflação em países em desenvolvimento
Presidente do Banco Mundial afirmou que as economias em desenvolvimento precisam olhar para políticas monetárias e cambiais para lidar com as pressões inflacionárias
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2011 às 16h35.
Bruxelas - O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, fez hoje um alerta para que os países em desenvolvimentos fiquem atentos aos riscos inflacionários. "Temos uma recuperação em velocidades múltiplas. No mínimo, estão lidando com superaquecimento", disse sobre as economias em desenvolvimento.
Durante o Fórum Bruxelas sobre política internacional, Zoellick afirmou que as economias em desenvolvimento precisam olhar para políticas monetárias e cambiais para lidar com as pressões inflacionárias.
O ex-primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, advertiu, por sua vez, que as economias ocidentais podem ficar travadas pela elevada taxa de desemprego e baixo crescimento, caso do G-20 não obtenha progresso nas discussões sobre os desequilíbrios globais.
Ele explicou que, pelo atual regime de políticas, o crescimento mundial pode estar se aproximando do pico, mesmo com o anêmico crescimento das economias avançadas. Segundo ele, sem um "acordo global de crescimento", os países desenvolvidos terão seu crescimento reduzido à metade do da era pré-crise econômica. Ele disse ainda que os líderes globais estão "se recolhendo em suas conchas" no momento.
"O problema é o mini-lateralismo. Há pouca cooperação internacional sobre grandes desafios, como a volatilidade dos preços dos alimentos e da energia, comércio e pobreza. "Acredito que deveríamos ser mais otimistas sobre nossa habilidade de lidar com essas coisas", observou.
Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse que o G-20 desempenhou um papel defensivo útil na contenção do protecionismo durante a crise financeira, mas fez pouco no campo ofensivo. Ele defendeu também que pode estar chegando a hora de os países recorrerem a um plano B para solucionar o impasse em torno da rodada Doha de livre comércio. As informações são da Dow Jones.