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"WSJ" é processado na Malásia por notícia envolvendo premiê

O jornal denunciou pressões políticas em investigação de corrupção no país


	WSJ: jornal publicou documento do Banco Central malaio que contesava defesa de premiê em caso de corrupção
 (Stan Honda/AFP)

WSJ: jornal publicou documento do Banco Central malaio que contesava defesa de premiê em caso de corrupção (Stan Honda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2016 às 08h25.

Bangcoc - O Banco Central da Malásia apresentou uma denúncia contra o jornal americano "The Wall Street Journal" pela suposta revelação de documentos sigilosos em uma notícia sobre o caso de corrupção envolvendo o primeiro-ministro do país, Najib Razak, informou neste sábado a imprensa local.

O próprio Najib confirmou a medida ontem à noite em entrevista à imprensa, um dia depois que o meio americano publicou uma nova informação sobre o fundo estatal 1MDB, que é acusado de transferir milhões de dólares para as contas particulares do premiê.

O jornal denunciou pressões políticas na investigação do caso na Malásia, em uma informação na qual também publicou uma carta do Banco Central, que supostamente estaria sob sigilo, que questionaria os argumentos da defesa de Najib.

"O governador do Banco Central apresentou um relatório à polícia, que deverá proceder com as investigações. É muito grave publicar documentos confidenciais segundo a URSA (sigla em inglês da lei que determina os sigilos oficiais)", disse Najib, segundo a emissora "Channel News Asia".

Suas declarações seguiram o mesmo tom das feitas anteriormente por seu porta-voz, que acusou o jornal de "assumir uma posição nos assuntos políticos da Malásia" e defendeu a plena colaboração do primeiro-ministro nas investigações.

O escândalo envolvendo o fundo 1MDB surgiu em meados de ano passado, quando o "The Wall Street Jorunal" e o site "Sarawak Report" denunciaram que Najib tinha recebido US$ 681 milhões em suas contas bancárias privadas através de transferências feitas pelo 1MDB.

Informações posteriores elevaram esse número para mais de US$ 1 bilhão.

Najib e a companhia negaram as acusações e, após uma investigação da comissão anticorrupção, o procurador-geral da Malásia inocentou o primeiro-ministro em janeiro deste ano de qualquer crime, ao atribuir o dinheiro a uma doação da família real da Arábia Saudita.

O fundo 1MDB, criado em 2009 por Najib, o mesmo ano em que assumiu o cargo de primeiro-ministro, acumulou até 2014 uma dívida de 42 bilhões de ringgits (US$ 11,010 bilhões). 

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