Mundo

WikiLeaks: Mossad apresentou aos EUA plano de golpe no Irã

Plano do serviço secreto israelense incluía recrutar estudantes pró-democracia e movimentos étnicos para derrubar o governo de Teerã

Israel teria planejado derrubar o governo de Ahmadinejad contra a "ameça nuclear" do país (Daniella Zalcman/Wikimedia Commons)

Israel teria planejado derrubar o governo de Ahmadinejad contra a "ameça nuclear" do país (Daniella Zalcman/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 09h43.

Jerusalém - Meir Dagan, chefe do serviço secreto israelense no exterior, Mossad, apresentou aos Estados Unidos um plano para aplicar um golpe de Estado no Irã em 2007, segundo o jornal israelense "Yedioth Ahronoth", que cita documentos vazados pelo site WikiLeaks.

Em um encontro com o então subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, William Burns, Dagan disse que Israel e EUA mantinham diferentes pontos de vista sobre o calendário do Irã para obter a capacidade nuclear, informa nesta segunda-feira o site do periódico.

O chefe do Mossad afirmou nessa reunião que ainda havia tempo para resolver a questão nuclear iraniana, mas advertiu que a República Islâmica estava determinada a obter a capacidade nuclear.

Segundo os documentos, o responsável israelense apresentou um programa em cinco fases para impedir esse objetivo, que incluía a continuação dos esforços diplomáticos, uma nova rodada de sanções ao Irã e a necessidade de impedir a transferência de conhecimentos e tecnologia a Teerã.

Uma das cláusulas que mais chamou a atenção da imprensa israelense é a proposta do chefe do Mossad de propiciar um golpe de Estado contra o regime iraniano.

Dagan levou a seus interlocutores americanos a proposta de recrutar estudantes pró-democracia e movimentos étnicos, assim como dissidentes, para conseguir derrubar o Governo de Teerã.

O chefe do Mossad afirmou que Israel não estava sozinho diante da ameaça nuclear iraniana e destacou a preocupação de Jordânia, Arábia Saudita e dos países do Golfo. Segundo ele, esses países "esperam que alguém faça o trabalho por eles".

Em relação ao processo de paz entre israelenses e palestinos, Dagan expressou pessimismo ao assinalar que "não se pode conseguir nada", apesar de mais de uma década negociando um acordo definitivo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaConflito árabe-israelenseIrã - PaísWikiLeaks

Mais de Mundo

Votação aquém do esperado de partido de Le Pen faz cotação do euro ficar estável

‘Isso não é um teste’: países se preparam para furacão Beryl, com ‘ventos com risco de vida’

Eleições na França: por que distritos com 3 ou mais candidatos no 2° turno podem barrar ultradireita

Presidente da Costa Rica demite ministra da Cultura por apoio à marcha LGBTQIAP+

Mais na Exame