EUA investigam laços entre BP e funcionários do governo
O jornal Washington Post publicou hoje que governo americano criou um grupo especial para averiguar se fiscais receberam suborno da empresa
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Washington - Autoridades judiciais americanas iniciaram uma investigação sobre os estreitos vínculos entre a companhia britânica BP e fiscais federais que contribuíram para causar o catastrófico vazamento de petróleo no Golfo do México, informa nesta quarta-feira o Washington Post.
O grupo de investigadores, chamado "esquadrão BP", que viajou para Nova Orleans (sul dos EUA), é integrado por funcionários da Agência de Proteção Ambiental, da Guarda Costeira e de outras agências federais, informaram as fontes ao Post.
Além da BP, outras empresas estão no centro da investigação, que está em suas primeiras etapas, indica o diário.
São investigadas a Transocean - que arrendou a plataforma 'Deepwarter Horizon' da empresa britânica- e a gigante da engenharia Halliburton -que tinha terminado de cimentar o poço menos de dois dias antes da explosão da plataforma, no dia 20 de abril.
Os investigadores analisam milhares de documentos fornecidos pelas empresas, interrogam seus funcionários e tentam descobrir os responsáveis por várias operações na plataforma.
As autoridades também tentam estabelecer se funcionários das empresas deram declarações falsas aos fiscais, obstruíram a justiça ou falsificaram resultados de testes com dispositivos da plataforma para prevenir explosões, indicou o jornal.
O Washington Post cita fontes que indicam que uma das linhas de investigação tenta determinar se os inspetores do Serviço de Gestão de Minerais (MMS, siglas em inglês, a agência federal encarregada de regular a indústria petroleira) deixaram passar supostas falhas em troca de dinheiro ou de outros favores das empresas.
Várias auditorias federais registraram os estreitos vínculos dos funcionários do MMS com a indústria.
Esta investigação é uma das várias iniciadas após a explosão e naufrágio da plataforma da BP, que causou o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, incluindo uma do Departamento de Justiça anunciada em junho pelo procurador-geral, Eric Holder, e as investigações penais iniciadas nos estados de Louisiana, Mississipi e Alabama.