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Vizinhos se reúnem para, finalmente, discutir êxodo de venezuelanos

Brasil, Equador, Colômbia e Peru terminam, nesta terça-feira, reunião sobre a migração de mais de 2,3 milhões de pessoas que fogem da crise no país

EM FUGA: venezuelanos caminham por estrada equatoriana a caminho do Peru em Tulcán / REUTERS/Andres Rojas (Andres Rojas/Reuters)

EM FUGA: venezuelanos caminham por estrada equatoriana a caminho do Peru em Tulcán / REUTERS/Andres Rojas (Andres Rojas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 06h12.

Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 06h35.

Uma reunião entre vizinhos pode determinar um novo plano de ações para receber venezuelanos em fuga. Os líderes de Brasil, Equador, Colômbia e Peru terminam, nesta terça-feira, uma reunião convocada para discutir o êxodo de mais de 2,3 milhões de pessoas da Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica. Na semana passada, a Organização das Nações Unidas afirmou que o êxodo de imigrantes da Venezuela estava se aproximando de um “momento de crise” comparável aos acontecimentos envolvendo refugiados no Mediterrâneo.

Os quatro países são os que mais receberam venezuelanos no último ano, e têm enfrentado dificuldade para acolhê-los sem violar direitos humanos. Neste mês, por exemplo, um grupo de moradores da cidade de Pacaraima, em Roraima, ateou fogo nos pertences de venezuelanos e os expulsou de volta a seu país. Segundo os moradores, os venezuelanos abrigados na cidade estavam roubando seus empregos e “sobrecarregando” a região.

Os conflitos se repetem em outros países. Desde sábado (25), o governo do Peru tem exigido a apresentação de passaportes válidos para a entrada de venezuelanos em seu território. O Equador também aplicou a mesma exigência, porém um tribunal de Quito anulou a medida na sexta-feira (24), e anunciou a criação de um corredor humanitário para que os venezuelanos em seu território possam se deslocar com segurança para outros países.

Como resultado do encontro, espera-se que os países criem “estratégias conjuntas”, uma vez que o problema é considerado regional. Na semana passada, o diretor da agência governamental Migración Colombia, Christian Krüger Sarmiento, afirmou que “o êxodo de cidadãos venezuelanos não é um problema exclusivo da Colômbia, do Peru, do Equador, ou de um só país”.

O Brasil, que é representado no encontro pelo embaixador em Bogotá, Julio Bitelli, foi o último a confirmar a presença na reunião, que teve início na segunda-feira (27), e que se encerra hoje. Também na segunda, o governo federal anunciou a transferência de 643 venezuelanos – que estão em Roraima – para cidades do Rio Grande do Sul. A transferência faz parte do processo de interiorização dos migrantes, e já contou com a participação de 820 venezuelanos. Sessenta mil venezuelanos estão no Brasil.

As polêmicas na fronteira foram o estopim para uma medida politiqueira ontem, quando o senador Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou que está deixando a liderança do governo no Senado após ter seu pedido de fechamento de fronteira negado. Dentre os vários pontos de dúvida deste tema complexo, eis uma certeza: quanto menos Romero Jucá, melhor.

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