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Vitória da extrema direita em duas eleições regionais na Alemanha enfraquece coalizão de Olaf Scholz

Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve votos recordes na Turíngia e na Saxônia

Logotipo do partido de extrema direita AfD em comício em Weisswasser (Saxônia, Alemanha), em 14 de agosto de 2024 (AFP)

Logotipo do partido de extrema direita AfD em comício em Weisswasser (Saxônia, Alemanha), em 14 de agosto de 2024 (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de setembro de 2024 às 08h44.

Última atualização em 2 de setembro de 2024 às 15h10.

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O triunfo da extrema direita em duas eleições regionais no leste da Alemanha no domingo, 1, provocou um terremoto político no país e enfraquece ainda mais a coalizão de centro-esquerda do chefe de Governo Olaf Scholz, quando ainda faltam 12 meses para as eleições legislativas.

Olaf Scholz pediu nesta segunda-feira, 2, a "todos os partidos democráticos" que formem "governos estáveis sem a extrema direita" na Turíngia e na Saxônia, onde o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve votações recorde.

"A AfD está prejudicando a Alemanha. Enfraquece a economia, divide a sociedade e arruína a reputação do nosso país", afirmou o líder social-democrata, em uma mensagem no Facebook.

Quem é Sahra Wagenknecht, líder do partido que está em 3° lugar nas eleições regionais da Alemanha

No domingo, o partido de extrema direita se tornou a principal força política na Turíngia e ficou atrás apenas dos conservadores na Saxônia, duas regiões que integravam a Alemanha Oriental.

Na Turíngia, o partido, liderado na região por Björn Höcke, uma das figuras mais radicais da legenda, recebeu 32,8% dos votos, mas é provável que não consiga formar o governo.

"Não há mais política sem a AfD", disse Tino Chrupalla, copresidente do partido, que tem um discurso anti-imigração, conhecido por suas posições pró-Rússia.

Todos os outros partidos já anunciaram que se recusam a estabelecer uma aliança com a AfD, mas "esta barreira antidemocrática não pode ser mantida a longo prazo", disse Alice Weidel, copresidente da legenda de extrema direita, nesta segunda-feira ao canal ARD.

A AfD tem agora uma minoria de bloqueio no Parlamento da Turíngia, o que permitiria, entre outras coisas, impedir a nomeação de juízes. Em 1932, esta região foi a primeira a levar os nazistas ao poder.

Os resultados de domingo são "um terremoto político no leste", segundo o jornal Tagesspiegel, enquanto o Süddeutsche Zeitung aponta um "resultado alarmante para os democratas".

"Tapa" em Scholz

Na Saxônia, a AfD avançou três pontos (30,6%) e ficou atrás dos conservadores da CDU (31,9%), que também descartam qualquer aliança com a extrema direita, mas anunciaram que almejam formar maioria no Parlamento regional de Dresden.

Os resultados nestas regiões, onde a extrema direita estabeleceu sua presença nos últimos 10 anos, constituem um novo revés para os três partidos da coalizão de governo na Alemanha (social-democratas, verdes e liberais), antes das eleições legislativas de setembro de 2025.

Nas eleições europeias de junho, a coalizão de governo sofreu uma dura derrota para a oposição conservadora e a extrema direita.

Na Turíngia, o partido SPD do chefe de Governo alemão Olaf Scholz registrou seu pior resultado em uma eleição regional, com apenas 6,1% dos votos. E na Saxônia, a legenda recebeu 7,3%, menos votos que há cinco anos.

O resultado reflete o descontentamento de parte da opinião pública com o atual governo devido à inflação ou às medidas para implementar a transição ecológica.

As disputas contínuas dentro do governo também alimentaram a impopularidade.

"É um tapa muito grande para todo o governo e especialmente para Scholz", disse à AFP Marianne Kneuer, professora de Ciências Políticas da Universidade Técnica de Dresden.

As eleições também foram afetadas pelo impacto do ataque a facadas que matou três pessoas em agosto em Solingen (oeste).

O suposto autor do ataque, um refugiado sírio de 26 anos, deveria ter sido deportado, o que provocou a retomada do debate sobre a imigração.

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