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Visita de Trump coloca em destaque dependência do Reino Unido

A desfiliação britânica da UE deixa o Reino Unido mais dependente de uma aliança com o presidente norte-americano, que visita o país na semana que vem

Um inflável Baby Trump: mais de 50 mil pessoas assinaram um protesto na Trafalgar Square, no centro de Londres, contra a visita de Trump. E um balão cheio de hélio está à sua espera (Simon Dawson/Reuters)
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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2018 às 11h24.

Última atualização em 5 de julho de 2018 às 11h25.

Londres - Quando Donald Trump visitar o Reino Unido na semana que vem, a primeira-ministra britânica, Theresa May, terá que enfrentar uma realidade dura: a desfiliação britânica da União Europeia deixa seu país mais dependente do que nunca de uma aliança com o presidente norte-americano mais imprevisível da história recente.

Inserida entre uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e uma reunião com o líder russo, Vladimir Putin, a primeira visita de Trump ao Reino Unido como presidente coincide com uma das conjunturas mais importantes para a Europa e o Ocidente desde o colapso da União Soviética em 1991.

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Trump vem cumprindo a promessa de uma política externa "imprevisível", seja desafiando as suposições ocidentais a respeito da UE e do livre comércio, seja cortejando o Kremlin e o líder da Coreia do Norte.

Essa postura deixa May, que apareceu de mãos dadas com Trump na Casa Branca durante uma visita após a posse do norte-americano, em uma posição difícil, já que ela deseja estreitar os laços comerciais com os EUA para compensar o rompimento com a UE em 29 de março de 2019.

"A ironia é que, ao deixar a UE, o Reino Unido será menos útil para Washington como aliado, mas também precisará muito mais dos Estados Unidos", disse Jeffrey A. Stacey, ex-funcionário do Departamento de Estado norte-americano no governo Obama.

"Então May foi atirada nos braços do presidente norte-americano mais imprevisível da história recente".

Mais de 50 mil pessoas assinaram um protesto na Trafalgar Square, no centro de Londres, contra a visita de Trump, que incluirá um encontro com a rainha Elizabeth e possivelmente até uma partida de golfe em seu campo de Turnberry, na Escócia.

Mesmo levando em conta o talento de Trump para fechar acordos, a visita deve dar ensejo a queixas sobre um relacionamento cada vez mais desequilibrado e ser escassa em termos de resultados, como os detalhes de um pacto comercial pós-Brexit.

Para seus apoiadores, Trump e o Brexit oferecem a perspectiva de um rompimento com o que veem como instituições e regras obsoletas que enfraqueceram os EUA e seus aliados diante de concorrentes como a China.

Mas para muitos diplomatas do Reino Unido, o Brexit marca a ruína de uma estratégia britânica de 70 anos de tentar equilibrar a integração europeia com uma aliança norte-americana baseada em sangue, comércio e compartilhamento de inteligência.

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