Ilha na Sardenha tenta aumentar declínio populacional com incentivos a estrangeiros (Ellen van Bodegom/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 07h41.
Enquanto muitas comunidades ao redor do mundo se perguntam o que fazer com a volta de Donald Trump, uma vila na ilha italiana da Sardenha farejou uma oportunidade em potencial.
Como muitos outros lugares na Itália rural, Ollolai há muito tempo tenta convencer pessoas de fora a se mudar para lá e tentar conter o vazio populacional. O desafio é tão grande que a prefeitura tem negociado casas por apenas um euro.
Depois da eleição de Trump, a prefeitura de Ollolai lançou um site para norte-americanos frustrados com a vitória do republicano, oferecendo casas baratas para esse público.
"Você está cansado (sic) da política global? Procurando adotar um estilo de vida mais equilibrado enquanto garante novas oportunidades?", pergunta o site. "É hora de começar a construir sua fuga europeia no deslumbrante paraíso da Sardenha."
O prefeito Francesco Columbu disse à CNN que a vila agora oferece três níveis de acomodação: casas temporárias gratuitas para certos nômades digitais, casas de um euro que precisam de reformas e casas prontas para ocupar por preços de até 100.000 euros (US$ 105.000).
O prefeito diz que criou uma equipe especial para orientar os compradores interessados em todas as etapas da compra, desde a organização de passeios personalizados nas moradias disponíveis até a busca por empreiteiros, construtores e especialistas na parte burocrática.
No século passado, a população de Ollolai encolheu de 2.250 para 1.300, com apenas um punhado de bebês nascendo a cada ano. Muitas famílias deixaram a vila durante crises econômicas. Nos últimos anos, a população caiu ainda mais para apenas 1.150 moradores.
O site não menciona ter um passaporte dos EUA como pré-requisito, mas o prefeito diz que cidadãos dos EUA serão favorecidos em relação a possíveis candidatos de outras nacionalidades.
"Claro, não podemos mencionar especificamente o nome de um presidente dos EUA que acabou de ser eleito, mas todos sabemos que ele é aquele de quem muitos americanos querem se afastar agora e deixar o país", acrescenta Columbo. O prefeito diz que o site foi "inundado" recentemente com 38.000 solicitações de informações sobre casas, a maioria vindas dos Estados Unidos.
Em 2018, conforme relatado pela CNN, a prefeitura de Ollolai começou a vender casas vazias (e precisando de reformas) por um euro. Depois, passou a alugar espaços de trabalho também pelo valor simbólico.
Desde o ano passado, lançou um programa "work from Ollolai" para nômades digitais. Até agora, quatro americanos foram hospedados em moradias equipadas por um euro simbólico. Em troca, eles tinham que criar algo para a comunidade, como uma obra de arte ou um livro.
Mas os planos de revitalização não estão indo tão bem quanto as autoridades locais esperavam. Desde 2018, apenas 10 casas foram vendidas por um euro e reformadas, diz Columbu.