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Viktor Orbán obtém terceiro mandato na Hungria com discurso anti-imigração

Premiê nacionalista de direita se apresentou como o salvador da cultura cristã húngara contra a imigração muçulmana na Europa

Hungria: país elegeu Viktor Orban para o cargo de primeiro-ministro pela terceira vez nas eleições de domingo (Leonhard Foeger/Reuters)

Hungria: país elegeu Viktor Orban para o cargo de primeiro-ministro pela terceira vez nas eleições de domingo (Leonhard Foeger/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 09h49.

Última atualização em 10 de abril de 2018 às 12h10.

Budapeste, Hungria - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, conquistou seu terceiro mandato consecutivo nas eleições de domingo graças a uma mensagem de campanha anti-imigração que rendeu uma grande maioria parlamentar ao seu partido - dois terços das cadeiras, segundo resultados preliminares.

O premiê nacionalista de direita se apresentou como o salvador da cultura cristã húngara contra a imigração muçulmana na Europa, uma imagem que ecoou em milhões de eleitores, especialmente nas áreas rurais.

"Vencemos, a Hungria obteve uma grande vitória", disse um Orban exultante a uma grande multidão de apoiadores em festa perto do rio Danúbio, em Budapeste.

"Há uma grande batalha atrás de nós, obtivemos uma vitória crucial nos dando uma chance de defender a Hungria."

De acordo com resultados preliminares de 93 por cento das urnas, dados do Escritório Eleitoral Nacional apontam que o partido Fidesz conquistou 133 assentos, uma maioria apertada de dois terços do Parlamento de 199 vagas.

O nacionalista Jobbik deve ficar com 26 cadeiras, e os socialistas devem chegar em terceiro com 20 parlamentares.

Dois partidos menores de esquerda, DK e LMP, conquistaram nove e oito assentos respectivamente.

Isso significa que Orban pode ter uma maioria de dois terços pela terceira vez, e poderes para alterar leis constitucionais. A União Europeia vem mostrando dificuldade para reagir, já que, apesar da oposição de seus críticos, o governo de Orban obteve duas grandes vitórias em 2010 e 2014 e vem erodindo as salvaguardas democráticas.

O triunfo pode incentivar Orban a fortalecer uma aliança centro-europeia contrária às diretrizes imigratórias da UE. Orban, o premiê húngaro pós-comunista há mais tempo no poder, rejeita uma integração mais profunda com o bloco e, em consonância com a Polônia, se tornou um crítico feroz das políticas de Bruxelas.

Ele expressou gratidão aos líderes poloneses por seu apoio antes da votação.

A líder francesa de extrema-direita Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional, foi a primeira a parabenizar Orban.

"Grande e clara vitória para Viktor Orban na Hungria: a inversão de valores e a imigração em massa tal como promovidas pela UE são rejeitadas novamente. Os nacionalistas podem conquistar uma maioria na Europa nas próximas eleições europeias de 2019", tuitou Le Pen.

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