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Venezuela promete 'resposta contundente' após anúncios de exploração de petróleo na Guiana

Exxon anunciou que planeja perfurar ainda este ano dois poços exploratórios no litoral de Essequibo

Fragata venezuelana durante exercícios militares em 29 de dezembro de 2023 (Agence France-Presse/AFP Photo)

Fragata venezuelana durante exercícios militares em 29 de dezembro de 2023 (Agence France-Presse/AFP Photo)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 14h29.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 14h51.

O governo venezuelano prometeu uma "resposta proporcional, contundente e apegada ao direito" caso seja iniciada a perfuração de poços petrolíferos em águas em disputa com a Guiana, como o gigante ExxonMobil anunciou nesta semana.

"Se a ExxonMobil conta com uma companhia de segurança privada representada pelo Comando Sul [dos Estados Unidos] e uma pequena filial no governo da Guiana, bom para eles, mas no espaço marítimo que por direito é da Venezuela receberão uma resposta proporcional, contundente e apegada ao direito", escreveu o ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrinho, em sua conta de X.

Na terça-feira, a Exxon anunciou que planeja perfurar ainda este ano dois poços exploratório no litoral de Essequibo, região rica em petróleo e recursos naturais que a Venezuela reclama à Guiana.

A empresa fez o anúncio após a diminuição das tensões entre os dois países, exacerbadas no final do ano passado depois que Georgetown abriu uma licitação petrolífera na região.

"Essa transnacional de energia não apenas sub-roga a soberania da Guiana, governa as altas autoridades desse país (...), mas também pretende proteger suas operações ilícitas em um mar pendente de delimitação sob o manto belicista dos Estados Unidos em cumplicidade com a Guiana", escreveu a vice-presidente Delcy Rodríguez na quarta-feira.

A disputa secular pelo Essequibo se intensificou em 2015 após a descoberta de depósitos de petróleo na área pela Exxon.

E aumentou ainda mais após a realização de um referendo sobre a soberania do território em 3 de dezembro na Venezuela, que levou à criação de um estado — visto como uma tentativa de anexação por Georgetown — e depois com a chegada de um navio de guerra britânico em águas guianesas, ao que a Venezuela respondeu mobilizando tropas perto da fronteira disputada.

Em meio aos temores regionais de conflito, os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Irfaan Ali, da Guiana, se comprometeram a não fazer o uso da força.

O presidente da Exxon na Guiana, Alistair Routledge, disse na terça-feira que a crise bilateral havia "deixado muita gente nervosa", mas enfatizou que a empresa "está tranquila", pois o contrato com a Guiana "é válido de acordo com as leis locais" e "internacionais".

Ele também elogiou a "colaboração (...) com outros países na frente militar", um comentário que irritou Caracas.

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