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Venezuela enfrenta acusações de tortura após protestos

Manifestante disse que estava xingando soldados durante um protesto quando eles o agarraram junto a outros dois amigos

Manifestante pula uma barricada durante um protesto contra o governo de Maduro em Caracas, na Venezuela (Meridith Kohut/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 20h20.

Valência - O manifestante venezuelano Juan Manuel Carrasco disse que estava xingando soldados durante um protesto antigovernamental na cidade de Valência quando eles o agarraram junto a outros dois amigos.

Em um caso que se tornou um dos mais emblemáticos entre as acusações de brutalidade contra as forças de segurança da Venezuela , Carrasco, de 21 anos, disse que depois foi levado para uma sala de espera da Guarda Nacional.

"Eles me puseram de joelhos e começaram a me espancar com bastões", disse ele à Reuters na casa de sua família, na cidade central de Valência, onde está sob prisão domiciliar aguardando julgamento por envolvimento na agitação que tem abalado a Venezuela nas últimas semanas.

"Eles me chamaram de filho da puta e disseram: ‘Nós vamos te matar'", afirmou ele, mostrando hematomas no corpo e descrevendo ações do que diz terem sido 30 soldados que forçaram ele e outras 11 pessoas a tirar a roupa em 13 de fevereiro.

"Eles colocaram um fuzil na minha bunda", disse o rapaz.

A última acusação causou ainda maior indignação entre os críticos do governo e é uma das mais sérias alegações que grupos de defesa dos direitos humanos estão apresentando contra a polícia e os militares da Venezuela durante a turbulência deste mês no país.

No entanto, o governo nega as acusações de Carrasco e diz que são parte de uma campanha fabricada para difamar o governo do presidente Nicolás Maduro e abafar a violência dos manifestantes.

Pelo menos 13 pessoas foram mortas, cerca de 150 ficaram feridas e mais de 500 foram presas durante os protestos e a violência que irromperam no país no início de fevereiro.

"Você acha que alguém que foi violado, teve o cano de um fuzil colocado em seu ânus, poderia se sentar para uma audiência?", disse a procuradora do Estado, Luisa Ortega Díaz, referindo-se ao caso de Carrasco.

"É desagradável falar sobre isto, mas temos de fazer isso. O exame médico-legal mostra que não é verdade", acrescentou ela, dizendo que, apesar disso, três soldados foram detidos e estão sendo investigados por causa das acusações de espancamento.

Maduro Nega Tortura

Autoridades do governo dizem que as forças de segurança venezuelanas vêm agindo basicamente com contenção e paciência contra os manifestantes, apesar de serem insultadas, apedrejadas e mesmo alvo de tiros.

Repórteres da Reuters testemunharam violência por parte de alguns manifestantes, mas também viram forças de segurança apontando armas e tratando com violência manifestantes aparentemente desarmados.

Maduro tem mostrado repetidamente vídeos na TV estatal de um atirador disparando contra partidários do governo e de manifestantes colocando arames em uma rodovia.

O presidente diz que a tortura terminou na Venezuela com a chegada ao poder, em 1999, do presidente Hugo Chávez, seu mentor antecessor socialista.

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Valência - O manifestante venezuelano Juan Manuel Carrasco disse que estava xingando soldados durante um protesto antigovernamental na cidade de Valência quando eles o agarraram junto a outros dois amigos.

Em um caso que se tornou um dos mais emblemáticos entre as acusações de brutalidade contra as forças de segurança da Venezuela , Carrasco, de 21 anos, disse que depois foi levado para uma sala de espera da Guarda Nacional.

"Eles me puseram de joelhos e começaram a me espancar com bastões", disse ele à Reuters na casa de sua família, na cidade central de Valência, onde está sob prisão domiciliar aguardando julgamento por envolvimento na agitação que tem abalado a Venezuela nas últimas semanas.

"Eles me chamaram de filho da puta e disseram: ‘Nós vamos te matar'", afirmou ele, mostrando hematomas no corpo e descrevendo ações do que diz terem sido 30 soldados que forçaram ele e outras 11 pessoas a tirar a roupa em 13 de fevereiro.

"Eles colocaram um fuzil na minha bunda", disse o rapaz.

A última acusação causou ainda maior indignação entre os críticos do governo e é uma das mais sérias alegações que grupos de defesa dos direitos humanos estão apresentando contra a polícia e os militares da Venezuela durante a turbulência deste mês no país.

No entanto, o governo nega as acusações de Carrasco e diz que são parte de uma campanha fabricada para difamar o governo do presidente Nicolás Maduro e abafar a violência dos manifestantes.

Pelo menos 13 pessoas foram mortas, cerca de 150 ficaram feridas e mais de 500 foram presas durante os protestos e a violência que irromperam no país no início de fevereiro.

"Você acha que alguém que foi violado, teve o cano de um fuzil colocado em seu ânus, poderia se sentar para uma audiência?", disse a procuradora do Estado, Luisa Ortega Díaz, referindo-se ao caso de Carrasco.

"É desagradável falar sobre isto, mas temos de fazer isso. O exame médico-legal mostra que não é verdade", acrescentou ela, dizendo que, apesar disso, três soldados foram detidos e estão sendo investigados por causa das acusações de espancamento.

Maduro Nega Tortura

Autoridades do governo dizem que as forças de segurança venezuelanas vêm agindo basicamente com contenção e paciência contra os manifestantes, apesar de serem insultadas, apedrejadas e mesmo alvo de tiros.

Repórteres da Reuters testemunharam violência por parte de alguns manifestantes, mas também viram forças de segurança apontando armas e tratando com violência manifestantes aparentemente desarmados.

Maduro tem mostrado repetidamente vídeos na TV estatal de um atirador disparando contra partidários do governo e de manifestantes colocando arames em uma rodovia.

O presidente diz que a tortura terminou na Venezuela com a chegada ao poder, em 1999, do presidente Hugo Chávez, seu mentor antecessor socialista.

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