"A Venezuela é uma democracia e vamos nos defender", enfatizou o chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza (Ueslei Marcelino/Reuters)
AFP
Publicado em 25 de agosto de 2017 às 15h54.
As novas sanções americanas contra a Venezuela são a "pior das agressões" contra seu povo, denunciou nesta sexta-feira ante a ONU o chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza, que questionou se o objetivo dos Estados Unidos era o de criar uma "crise humanitária" em seu país.
"Esta é a pior das agressões e não a compreendemos", afirmou o chanceler à imprensa depois da reunião com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
"A Venezuela é uma democracia e vamos nos defender", enfatizou.
Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira "novas e fortes" sanções financeiras contra a "ditadura" na Venezuela, entre elas, a proibição de negociar bônus soberanos e da companhia petroleira estatal PDVSA.
Um decreto assinado pelo presidente Donald Trump, o primeiro que afeta o país e não apenas indivíduos venezuelanos, "proíbe negociar nova dívida emitida pelo governo da Venezuela e sua empresa petroleira estatal", indicou a Casa Branca.
"Também proíbe a negociação de certos bônus existentes, propriedade do setor público venezuelano, assim como o pagamento de dividendos ao governo da Venezuela", completou o comunicado.
A Casa Branca disse que "para mitigar o dano ao povo americano e ao venezuelano", o Departamento de Tesouro vai emitir licenças com um período de liquidação de 30 dias para permitir as transações que, senão, seriam proibidas por esse decreto, entre elas, as vinculadas à exportação e à importação de petróleo.
"Essas medidas estão cuidadosamente calibradas para negar à ditadura de (Nicolás) Maduro uma fonte crítica de financiamento para manter seu mandato ilegítimo, proteger o sistema financeiro dos Estados Unidos de cumplicidade na corrupção na Venezuela e no empobrecimento do povo venezuelano e permitir a assistência humanitária", apontou o texto.
O governo de Trump impôs, recentemente, sanções financeiras e jurídicas contra Maduro e 20 funcionários e colaboradores, acusando-os de ferir a democracia, corrupção ou violação dos direitos humanos.
Cada vez mais isolado internacionalmente em meio a uma severa crise política e econômica, Maduro instalou em 4 de agosto uma Assembleia Constituinte com plenos poderes, rechaçada pela oposição e por vários países, entre eles, Estados Unidos.