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Vazamento da Chevron faz o alarme de alerta soar no Brasil

Analistas e ambientalistas alertam que riscos de novos incidentes é ainda maior na exploração do pré-sal

Segundo a ONG SkyTruth foram derramados cerca de 15.000 barris de petróleo (AFP/AgenciaPetróleo/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 16h46.

Rio de Janeiro - O vazamento de petróleo na plataforma da Chevron no Campo de Frade é um 'alerta vermelho' para o Brasil, que pretende explorar as gigantescas jazidas marítimas nas águas profundas do "pré-sal", uma operação delicada e inédita, segundo os analistas.

"Que isso sirva de alerta vermelho. Um só poço teve problemas, mas o pré-sal terá mil deles. Temos que aprender a lição", disse o secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc.

"A lei permite que as empresas estrangeiras explorem petróleo, mas não somos uma República de bananas. Somos a sétima economia do mundo e queremos tecnologias cada vez mais preventivas. A Chevron não operou nas condições de confiança que lhe foram outorgadas", disse Minc na quarta-feira a jornalistas.

Segundo dados da Chevron, durante pouco mais de 10 dias foram derramados no Atlântico 2.400 barris de petróleo. Segundo a ONG SkyTruth foram cerca de 15.000 barris.

As autoridades brasileiras querem que o acidente da petroleira americana Chevron sirva de exemplo a outras companhias. Até o momento, foram aplicados 28 milhões de dólares em multas e outras multas milionárias estão em processo.

O Brasil suspendeu na quarta-feira todas as atividades de perfuração da Chevron no país, e também rejeitou seu pedido de explorar a região do "pré-sal".

"O acidente da Chevron mostra que extrair petróleo do mar não é uma tarefa simples", disse à AFP Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Atualmente, 80% do petróleo mundial é extraído em terra, mas a exploração marítima tem crescido significativamente, disse Pires.

"O Brasil já é o país onde a produção marítima é mais elevada (95% do total) e isso vai aumentar ainda mais com o pré-sal", disse Pires.

"Nem o Brasil nem o resto do mundo estão preparados para responder rapidamente a um acidente petroleiro no mar, e com o pré-sal as dificuldades serão ainda maiores devido à profundidade", de 5.000 a 6.000 metros abaixo do nível do mar.


O especialista recordou o acidente ocorrido no ano passado nas instalações de British Petroleum (BP) no golfo do México, que provocou a maior mancha negra já registrada nos Estados Unidos, com quase cinco milhões de barris de petróleo derramados no mar durante três meses.

Empresas como a gigante brasileira Petrobras - líder mundial em exploração e produção em águas muito profundas - desenvolveram métodos sofisticados para a extração do petróleo em alto mar, mas os métodos para enfrentar vazamentos e proteger o ambiente "deixam a desejar", disse Pires.

"Tapar um vazamento e coletar o petróleo derramado leva tempo. As empresas e os governos precisam trocar informações sobre a maneira de agir", disse Pires.

"Transformar petróleo em lucro não é fácil e custa caro", disse o analista, recordando que "as ações da Chevron recuaram 12% durante os últimos dias e as da BP perderam 20% em 2010".

Alessandra Magrini, professora de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio (UFRJ-Coppe), disse que a lei de 2000 sobre o petróleo aprovada pelo Brasil é "muito generalista" e que é preciso preparar melhor os organismos de controle", como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha - para gerar respostas rápidas no caso de acidentes, com a perspectiva do pré-sal em foco.

A Petrobras dispõe de um sistema de alta tecnologia para enfrentar acidentes em alto-mar e um robô de operação submarina teleguiado (ROV), mas os organismos de controle precisam de informações em tempo real e precisam coordenar-se de maneira mais eficaz, disse Mangrini à AFP.

"O plano de emergência a nível nacional ficou na gaveta. Foram fixados critérios para as multas, mas não há nada para avaliar os danos causados", disse. "O Brasil ainda possui muito a evoluir em relação aos trabalhos no pré-sal", completou.

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"Que isso sirva de alerta vermelho. Um só poço teve problemas, mas o pré-sal terá mil deles. Temos que aprender a lição", disse o secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc.

"A lei permite que as empresas estrangeiras explorem petróleo, mas não somos uma República de bananas. Somos a sétima economia do mundo e queremos tecnologias cada vez mais preventivas. A Chevron não operou nas condições de confiança que lhe foram outorgadas", disse Minc na quarta-feira a jornalistas.

Segundo dados da Chevron, durante pouco mais de 10 dias foram derramados no Atlântico 2.400 barris de petróleo. Segundo a ONG SkyTruth foram cerca de 15.000 barris.

As autoridades brasileiras querem que o acidente da petroleira americana Chevron sirva de exemplo a outras companhias. Até o momento, foram aplicados 28 milhões de dólares em multas e outras multas milionárias estão em processo.

O Brasil suspendeu na quarta-feira todas as atividades de perfuração da Chevron no país, e também rejeitou seu pedido de explorar a região do "pré-sal".

"O acidente da Chevron mostra que extrair petróleo do mar não é uma tarefa simples", disse à AFP Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Atualmente, 80% do petróleo mundial é extraído em terra, mas a exploração marítima tem crescido significativamente, disse Pires.

"O Brasil já é o país onde a produção marítima é mais elevada (95% do total) e isso vai aumentar ainda mais com o pré-sal", disse Pires.

"Nem o Brasil nem o resto do mundo estão preparados para responder rapidamente a um acidente petroleiro no mar, e com o pré-sal as dificuldades serão ainda maiores devido à profundidade", de 5.000 a 6.000 metros abaixo do nível do mar.


O especialista recordou o acidente ocorrido no ano passado nas instalações de British Petroleum (BP) no golfo do México, que provocou a maior mancha negra já registrada nos Estados Unidos, com quase cinco milhões de barris de petróleo derramados no mar durante três meses.

Empresas como a gigante brasileira Petrobras - líder mundial em exploração e produção em águas muito profundas - desenvolveram métodos sofisticados para a extração do petróleo em alto mar, mas os métodos para enfrentar vazamentos e proteger o ambiente "deixam a desejar", disse Pires.

"Tapar um vazamento e coletar o petróleo derramado leva tempo. As empresas e os governos precisam trocar informações sobre a maneira de agir", disse Pires.

"Transformar petróleo em lucro não é fácil e custa caro", disse o analista, recordando que "as ações da Chevron recuaram 12% durante os últimos dias e as da BP perderam 20% em 2010".

Alessandra Magrini, professora de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio (UFRJ-Coppe), disse que a lei de 2000 sobre o petróleo aprovada pelo Brasil é "muito generalista" e que é preciso preparar melhor os organismos de controle", como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha - para gerar respostas rápidas no caso de acidentes, com a perspectiva do pré-sal em foco.

A Petrobras dispõe de um sistema de alta tecnologia para enfrentar acidentes em alto-mar e um robô de operação submarina teleguiado (ROV), mas os organismos de controle precisam de informações em tempo real e precisam coordenar-se de maneira mais eficaz, disse Mangrini à AFP.

"O plano de emergência a nível nacional ficou na gaveta. Foram fixados critérios para as multas, mas não há nada para avaliar os danos causados", disse. "O Brasil ainda possui muito a evoluir em relação aos trabalhos no pré-sal", completou.

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