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Vaticano quer autoridade financeira 'com competência universal'

Igreja preparou documento com sugestões para a resolução da crise econômica

O Papa acredita que é um erro considerar que o mercado é capaz de se autorregular (Sebastien Bozon/AFP)

O Papa acredita que é um erro considerar que o mercado é capaz de se autorregular (Sebastien Bozon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 12h41.

Cidade do Vaticano - O Vaticano anunciou nesta quarta-feira ter preparado um documento para a reforma do sistema financeiro internacional no qual convoca a criação de uma "autoridade pública com competência universal".

O documento será apresentado na segunda-feira à imprensa e foi elaborado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, liderado pelo cardeal africano Peter Kodwo Appiah Turkson.

"A reforma do sistema financeiro internacional na perspectiva de uma autoridade pública de competência universal" é o título do documento, que ainda não teve seu conteúdo divulgado.

O Vaticano apresenta assim propostas concretas perante a crise econômica e social que afeta o mundo desde 2008.

Bento XVI se pronunciou em diversas ocasiões a favor de uma "intervenção pública" e denunciou o sistema econômico atual e suas consequências sobre os setores mais pobres da população, em particular os camponeses.

"A crise financeira mundial demonstrou a fragilidade do sistema econômico atual e das instituições a elas conectadas", declarou o Papa em abril.

Para o chefe da igreja, é "um erro considerar que o mercado é capaz de se autorregular, sem a necessidade de uma intervenção pública e sem referências morais internacionais", escreveu.

Na segunda-feira, em uma mensagem enviada à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pelo Dia Mundial da Alimentação, Bento XVI fez um pedido a favor dos agricultores de todo o mundo.

"É preciso investir no setor agrícola", disse.

Em julho, o Papa condenou firmemente a "especulação financeira" com alimentos.

"O quadro internacional e as frequentes preocupações causadas pela instabilidade, junto com o aumento dos preços dos alimentos, requerem propostas concretas e necessariamente unitárias para obter os resultados que os Estados não podem garantir individualmente", ressaltou então.

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