Europa: UE tenta se aproximar de países em desenvolvimento (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 25 de outubro de 2023 às 06h00.
A União Europeia realiza nesta quarta-feira, 25, o primeiro fórum da Global Gateway, a estratégia de investimento da Europa para o mundo em tentativa de se contrapor ao avanço da China. Mais de 16 líderes mundiais vão participar do encontro em Bruxelas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, receberá representantes de países da África e Ásia. Senegal, Somália, Egito, Cabo Verde, Namíbia, Albânia, Armênia, Moldávia, Marrocos, Ruanda e Sérvia vão enviar chefes de Estado. O presidente da União Africana também participa do evento.
Do lado europeu, os maiores países do bloco não vão enviar funcionários do primeiro escalão para participar do encontro. A Alemanha será representada pela secretária do clima, Jennifer Morgan, enquanto a França e a Dinamarca enviarão os seus secretários de desenvolvimento. A Itália não está representada – enquanto o ministro britânico do desenvolvimento, Andrew Mitchell, estará presente.
Durante o fórum, transição verde e investimento deve ser discutido, assim como acordos devem ser assinados entre a União Europeia e os países participantes. Brasil, Índia e África do Sul, países do BRICS, não vão participar do encontro. Em julho, durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o bloco anunciou investimento de R$ 243 bilhões para América Latina e Caribe.
Na época, Ursula Von Der Leyen reconheceu que as medidas anunciadas tinham como objetivo uma reaproximação em momento que "da ascendência da China". Conhecido como a "Cinturão e Rota", o programa chinês investiu bilhões em projetos de infraestrutura em países da América Latina, Ásia e África nos últimos dez anos. Foram construídas ferrovias, rodovias e portos em mais de 140 países, o que aumentou a influência de Pequim no mundo.
A União Europeia quer investir mais de 300 bilhões de euros (R$ 1,6 trilhões) até 2027 em diversos países para “diminuir a diferença de investimento global” em infraestrutura existente entre as nações ricas e as em desenvolvimento.