União Europeia estima vacinação contra o coronavírus para o 1º trimestre (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Fabiane Stefano
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 13h27.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 14h24.
As primeiras vacinações contra a covid-19 na União Europeia (UE) podem ser realizadas "no primeiro trimestre de 2021", em um cenário otimista - afirmou nesta quarta-feira (11) a diretora do Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDE), Andrea Ammon, em uma entrevista à AFP.
A situação diante da pandemia no Velho Continente é "muito, muito preocupante", e "todos os nossos indicadores vão na má direção", alertou Andrea Ammon, pedindo aos europeus que respeitem escrupulosamente as restrições "por mais difícil que seja". Na atual situação, "reduzir o número de casos poderia levar mais tempo" do que na primeira onda de contágios, em março-abril, frisou.
Ela advertiu também que ainda resta tempo até que se possa realizar as primeiras vacinações, um processo que "pode demorar vários meses", segundo Ammon. "Sendo otimistas, o primeiro trimestre do próximo ano, mas não posso ser mais precisa", afirmou a responsável de saúde, ao ser questionada sobre quando seriam realizadas as primeiras vacinações contra a covid-19 na Europa.
Na terça-feira, uma fonte europeia disse à AFP que a autorização para uma vacina na UE poderia chegar "no início de 2021", depois que o laboratório americano Pfizer e o alemão BioNTech anunciaram que a vacina que estão preparando é 90% eficaz. Já as autoridades de saúde americanas disseram que a vacina poderia começar a ser distribuída por lá em questão de "semanas".
O anúncio da Pfizer é, "claro, promissor", declarou Ammon, enfatizando, porém, que "é um comunicado de imprensa, e não uma revisão feita por especialistas, portanto, é preciso ver qual é a avaliação final".
Quando os ensaios de fase 3 terminarem, a Agência Europeia de Medicamentos terá de avaliar os resultados e decidir se concede uma autorização para que a vacina seja vendida no mercado, lembrou a responsável. "Depois, terá que começar a produção e, apenas nesse momento, poderemos começar a vacinar", destacou Andrea Ammon.
A UE anunciou na terça-feira (10) que está disposta a fornecer 300 milhões de doses da nova vacina da Pfizer. Junto com as autoridades nacionais, o ECDC está elaborando as regras para definir os grupos prioritários.
"De forma geral, trata-se as populações vulneráveis e os profissionais da saúde. Mas tentaremos definir isso melhor, porque esses grupos ainda são muito numerosos", explicou.