Um novo presidente sob pressão no Peru
ÀS SETE - Após a renúncia de Kuczynski , Martin Vizcarra, primeiro dos dois vice-presidentes do país, deve assumir a presidência nesta sexta-feira
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2018 às 06h48.
Última atualização em 23 de março de 2018 às 07h16.
Martin Vizcarra, primeiro dos dois vice-presidentes do Peru , deve assumir a presidência do país nesta sexta-feira sob intensa pressão.
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Ontem, o Congresso suspendeu a sessão marcada para aprovar a renúncia do ex-banqueiro Pedro Pablo Kuczynski (PPK), flagrado num esquema de compra de votos para se manter no poder após acusações de receber dinheiro da empreiteira brasileira Odebrecht. Ficou tudo para hoje.
A artífice da queda de PPK foi a principal adversária política, Keiko Fujimori, candidata derrotada nas eleições de 2016 e líder da oposição. Ela controla mais de metade do parlamento, o que deveria fazer com que a governabilidade de Vizcarra seja tão difícil quanto a de seu antecessor.
Em maio do ano passado, os fujimoristas foram uma voz decisiva na saída de Vizcarra do ministério de Transportes e Comunicação, acusado de participar de um esquema de corrupção na construção do aeroporto de Cusco.
Na época, a oposição cobrou sua renúncia também da vice-presidência do país. Mas, agora, o aparente apoio de Keiko e seus aliados ao novo presidente tem provocado uma nova onda de protestos no país.
Ontem, milhares de peruanos foram às ruas pedir novas eleições, preocupados que Vizcarra se transforme numa espécie de marionete da oposição. Apenas 26% dos peruanos querem que ele assuma o governo.
Em outra frente, os manifestantes cobram a continuidade das investigações contra a corrupção que, assim como no Brasil, se espalhou por diversos partidos.
Dois outros ex-presidentes que seguiram políticas liberais estão envolvidos no escândalo da Odebrecht: Alejandro Toledo (2001-2006) e Alán García (em seu segundo mandato, entre 2006 e 2011).
Kuczynski assumiu com a promessa de fazer do Peru, um país pobre que virou um dos líderes de crescimento na região, uma economia de classe média. Era a visão do futuro. A posse de Vizcarra mostra que o país tem muitas questões do passado a resolver.