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Um discurso chave sobre o Brexit

Os ingleses são um povo de tradições. Uma delas se repetirá hoje em Londres, quando o ministro das Finanças Philip Hammond fizer o Discurso do Outono, um dos dois grandes anúncios que o ocupante do cargo faz todos os anos. O intuito é fazer previsões financeiras e como se darão os gastos do governo. O outro, o Discurso […]

PHILIP HAMMOND E A MALETA VERMELHA: o chanceler do Tesouro faz o Discurso do Outono, um dos pronunciamentos mais importantes no Reino Unido / Leon Neal/Getty Images

PHILIP HAMMOND E A MALETA VERMELHA: o chanceler do Tesouro faz o Discurso do Outono, um dos pronunciamentos mais importantes no Reino Unido / Leon Neal/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2016 às 05h31.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

Os ingleses são um povo de tradições. Uma delas se repetirá hoje em Londres, quando o ministro das Finanças Philip Hammond fizer o Discurso do Outono, um dos dois grandes anúncios que o ocupante do cargo faz todos os anos. O intuito é fazer previsões financeiras e como se darão os gastos do governo. O outro, o Discurso do Orçamento, é feito na primavera.

É a primeira vez que Hammond vai ao Parlamento para o discurso, já que ocupa o cargo apenas depois de Theresa May assumir como primeira ministra. Exatamente por isso o discurso é tão importante: trata-se de uma oportunidade do governo britânico divulgar para a sociedade suas prioridades, em termos de custos e arrecadações, e maneiras de lidar com as consequências econômicas do Brexit, o desembarque da União Europeia.

Embora a gestão anterior tenha deixado as contas em ordem, dando margem para aumentar os empréstimos, o chanceler já deixou claro que só irá fazê-lo caso o “Reino Unido entre em choque econômico”. O que parece estar no caminho, já que as previsões são de um déficit de 25 bilhões de libras para o final do atual mandato parlamentar, diante da desvalorização da moeda, aumento da inflação e menor crescimento. O governo deve anunciar também redução nos impostos para as empresas, de 20% para 17%, além de pacotes de investimentos em infraestrutura: 400 milhões para fibra ótica, 1,3 bilhão para estradas e vias de acesso e 2 bilhões em empréstimos para residências.

Como manda a tradição, o Discurso de Outono é carregado em uma maleta vermelha, dada ao chanceler que ocupa o cargo. Durante o anúncio do orçamento, na primavera, é permitido que o ministro tome um drink alcoólico — já estiveram no cardápio whisky, gin tônica, conhaque e até uma tradicional mistura de vinho com ovo. No evento de hoje, o de outono, o drink não faz parte da liturgia. Infelizmente, para Hammond: ao que tudo indica, ele vai precisar.

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