Exame Logo

Um bilhão de pessoas confinadas no mundo pelo novo coronavírus

No total, a epidemia já causou 12.275 mortes em todo o mundo e 291.420 pessoas infectadas, de acordo com o último balanço da AFP

São Paulo: capital paulista fechará estabelecimentos por 15 dias (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Publicado em 21 de março de 2020 às 18h47.

Quase um bilhão de pessoas passam o fim de semana confinados pelo novo coronavírus, que já deixou pelo menos 12.725 vítimas fatais em todo o mundo, enquanto parte dos Estados Unidos e países da América Latina implementam medidas já impostas em algumas regiões da Europa.

Do Rio de Janeiro a Madri, passando por Paris ou Nova York, a pandemia, que surgiu na China em dezembro, mudou completamente a vida do planeta.

Veja também

Os países tentam conter a força contagiosa da Covid-19 com restrições drásticas em relação à circulação de populações inteiras, do fechamento de escolas, fábricas e negócios à imposição de teletrabalho.

No total, a epidemia já causou 12.275 mortes em todo o mundo e 291.420 pessoas infectadas, de acordo com o último balanço da AFP.

Pelo terceiro dia consecutivo, a China continental, onde o novo coronavírus foi relatado pela primeira vez em dezembro, não registrou nenhum novo contágio, representando um raio de "esperança para o resto do mundo", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com 4.825 óbitos, a Itália já é o país com o maior número de vítimas fatais. A taxa de mortalidade no país é de 8,6% dos casos confirmados.

Foi o primeiro país do Velho Continente a ordenar o confinamento de toda a população há mais de 10 dias e, neste fim de semana, continua a fortalecer suas medidas antes dos estragos da pandemia.

Em número de mortes, Itália e China (3.255) são seguidas pelo Irã (1.556), Espanha (1.326), França (562) e Estados Unidos (288).

A Espanha relatou um aumento de 32% em novas mortes.

No total, mais de 900 milhões de pessoas em cerca de 35 países são afetadas por restrições de movimento. Destes, cerca de 600 milhões em 22 países têm uma ordem de confinamento obrigatória, como na França, Espanha ou Itália, onde são aplicadas multas a quem desobedecer.

Na América Latina, a Bolívia ordenou que os cidadãos ficassem em casa a partir de domingo e a Colômbia disse que o isolamento obrigatório começaria a partir de terça-feira.

A partir deste sábado, as praias do Rio de Janeiro serão proibidas para os amantes do sol, levantando preocupações entre os vendedores ambulantes, que não sabem como sobreviverão com apoio limitado do governo.

A Guatemala, por sua vez, anunciou a aplicação de um toque de recolher parcial para retardar o avanço do vírus, que causou 17 casos e uma morte.

Em outros países, como o México, cujas autoridades resistem à repressão à pandemia da Covid-19, muitos decidiram tomar as rédeas e se proteger da ameaça do vírus.

Na Venezuela, os cidadãos improvisam invenções e proteções ancestrais na ausência de curas e remédios acessíveis aos bolsos

"Você não e invencível"

Nos Estados Unidos, Califórnia, Estado de Nova York, Nova Jersey, Illinois, Pensilvânia e Nevada decretaram a suspensão de todas as atividades não essenciais, apesar do fato de que o confinamento total do país tenha sido descartado por enquanto pelo presidente Donald Trump.

As três principais cidades do país, Nova York, Los Angeles e Chicago, estão em quarentena e quase 100 milhões de pessoas estão trancadas em suas casas, 30% da população de 330 milhões.

O governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, alertou os nova-iorquinos neste sábado que o isolamento deve se estender por meses.

"Não acho que seja questão de semanas", disse ele.

Nos esportes, a federação de atletismo dos Estados Unidos se uniu a pedidos cada vez maiores pelo adiamento das Olimpíadas de Tóquio.

Embora os idosos e os portadores de patologias preexisitentes tenham sido os mais afetados até agora, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou os jovens que "eles não são invencíveis".

Casamentos adiados

Depois de 25 casos na Austrália relacionados à celebração de um casamento no sul de Sydney, as autoridades adotaram medidas que causam um sério golpe nessa indústria florescente e forçam casais inconsoláveis a anular suas cerimônias de matrimônio.

As autoridades fecharam a famosa Bondi Beach em Sydney no sábado, lotada, apesar da proibição de encontros com mais de 500 pessoas. O número total de casos na Austrália é de pelo menos 1.072.

Emprego ameaçado

A economia mundial sofre todos os dias a suspensão das atividades e até 25 milhões de empregos são ameaçados na ausência de respostas coordenadas em nível internacional, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Contratar gigantes da distribuição como Walmart e Amazon e fazer compras em supermercados ou internet não compensará a destruição de empregos.

A União Europeia anunciou na sexta-feira a suspensão das regras de disciplina orçamentária.

A medida sem precedentes permitirá que os Estados-Membros gastem mais no combate à desaceleração econômica.

Os legisladores americanos retomaram as negociações no sábado para chegar a um acordo sobre um pacote de ajuda emergencial de 1 trilhão dólares, em meio a temores de consequências econômicas generalizadas da pandemia.

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusDoençasEpidemias

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame