Mundo

UE propõe ajuda humanitária de € 700 mi a crise migratória

A Grécia, que enfrenta uma situação insustentável na sua fronteira com a Macedônia, disse que necessita de 480 milhões de euros para acomodar 100.000 refugiados


	Refugiados: o pacote deverá ser dividido em três anos, sendo 300 milhões destinados em 2016
 (Dimitar Dilkoff / AFP)

Refugiados: o pacote deverá ser dividido em três anos, sendo 300 milhões destinados em 2016 (Dimitar Dilkoff / AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 10h12.

A União Europeia propôs nesta quarta-feira um plano de assistência humanitária de 700 milhões de euros aos países-membros que enfrentam o afluxo maciço de migrantes, enquanto milhares de pessoas permaneciam bloqueadas na fronteira greco-macedônia.

"A proposta de hoje disponibilizará 700 milhões de euros para ajuda humanitária onde ela é mais necessária", indicou o comissário europeu para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianide.

O pacote deverá ser dividido em três anos, sendo 300 milhões destinados em 2016.

A Grécia, que enfrenta uma situação insustentável na sua fronteira com a Macedônia, onde milhares de migrantes permanecem bloqueados, disse que necessita de 480 milhões de euros para acomodar 100.000 refugiados.

Na França, rota tomada pelos migrantes que aspiram chegar ao Reino Unido, as autoridades continuavam nesta quarta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, com o desmantelamento parcial do campo de refugiados chamado de a "selva" de Calais, depois de uma noite relativamente calma, apesar de vários barracos terem sido incendiados.

Ignora-se se os incêndios foram acidentais ou voluntários.

O acampamento abriga entre 800 e 1.000 imigrantes, segundo o governo, e 3.450, de acordo com associações.

Passagem a conta-gotas

Mais de 7.000 migrantes seguiam bloqueados nesta quarta-feira no posto fronteiriço de Idomeni, na fronteira entre a Grécia ea Macedônia, depois que vários países impuseram restrições à entrada de migrantes.

A Macedônia abriu brevemente na terça à noite sua fronteira com a Grécia e deixou entrar em seu território cerca de 170 refugiados.

Na segunda-feira, um grupo de 300 pessoas, incluindo iraquianos e sírios, tentaram forçar a cerca de arame farpado. A polícia macedônia respondeu com gás lacrimogêneo.

A Comissão Europeia manifestou a sua preocupação com estes incidentes, mas a Macedônia justificou sua resposta, argumentando uma "tentativa violenta" de intrusão.

A Macedônia é o primeiro país na rota dos Bálcãs, utilizada por migrantes que chegam às ilhas gregas a partir da costa turca e que desejam se dirigir aos países da Europa do Norte e Central.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, voltou a condenar na terça as restrições impostas por vários países europeus, que "violam o direito internacional".

Mais de 131.000 imigrantes chegaram na Europa pelo Mediterrâneo desde o início de janeiro, de acordo com dados fornecidos pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Esse número excede o registrado nos cinco primeiros meses de 2015.

A Grécia, no front na crise de imigração, reconheceu na terça-feira "que não será capaz de gerir todos os refugiados que chegam". Atualmente, o país acolhe 23.000 migrantes.

Na Itália, outro país de entrada, uma dúzia de associações denunciou o tratamento aos migrantes nos chamados "hotspots", os centros de registo criados a pedido de Bruxelas.

Neste contexto, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, iniciou na terça-feira em Viena um giro pelos países dos Balcãs. Ele também visitará na quinta e sexta-feira a Turquia, antes de uma cúpula europeia convocada para 7 de março em Bruxelas.

Enquanto isso, de acordo com fontes diplomáticas, navios da Otan enviados ao Mar Egeu para monitorar as redes de tráfico de migrantes entre a Turquia e a Grécia ainda não foram implantados nas águas territoriais turcas, na ausência de autorização de Ancara.

Acompanhe tudo sobre:EuropaRefugiadosUnião Europeia

Mais de Mundo

Republicanos exigem renúncia de Biden, e democratas celebram legado

Apesar de Kamala ter melhor desempenho que Biden, pesquisas mostram vantagem de Trump após ataque

A estratégia dos republicanos para lidar com a saída de Biden

Se eleita, Kamala será primeira mulher a presidir os EUA

Mais na Exame