O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet: pressão sobre a China (.)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2010 às 07h48.
Bruxelas - Os dirigentes econômicos da zona do euro insistiram hoje ao primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que aprecie o iuane para acabar com os desequilíbrios comerciais e contribuir assim para um crescimento econômico global sustentado.
Os presidentes do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e da zona do euro, Jean-Claude Juncker, e o comissário de Assuntos Econômicos da União Europeia (UE), Olli Rehn, enfatizaram a questão na terceira reunião que mantêm com as autoridades chinesas desde 2007.
No entanto, eles reconheceram que Pequim não compartilha essa visão.
"Queremos que a China equilibre seu crescimento e aumente o consumo local para reduzir o peso de suas exportações", disse em entrevista coletiva Juncker.
Os líderes europeus avaliaram positivamente o anúncio feito pela China em 19 de junho, pouco antes da cúpula do Grupo dos 20 (G20, países ricos e emergentes) em Toronto, de aplicar uma política mais flexível do câmbio do iuane, mas, segundo Juncker, consideraram que "o potencial dessa decisão não foi suficientemente explorado".
"A declaração de 19 de junho nos parece muito importante, parte da contribuição da China para um crescimento sustentável", destacou Trichet.
Já para o comissário Rehn, "é preciso traduzir isso em medidas concretas". Segundo ele, uma modificação da política cambial do iuane seria duplamente positiva para a China, ao tornar mais sustentável sua própria economia e se beneficiar de uma Europa mais forte.
No entanto, se a China seguir "passando essa grande dívida" à Europa, "a recuperação (econômica) pode enfraquecer", alertou o comissário europeu.
A valorização da moeda chinesa é uma reiterada demanda tanto dos Estados Unidos como da Europa, para os quais um iuane desvalorizado favorece as exportações chinesas e penaliza os produtos americanos e europeus.
No entanto, as autoridades chinesas ignoraram reiteradamente os pedidos de ambos os lados do Atlântico, negando-se a permitir uma significativa valorização de sua moeda.
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