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UE espera que Rio+20 dê resultados "reais e irreversíveis"

Os principais pontos da cúpula serão como erradicar a pobreza, garantir a segurança alimentar e conseguir uma economia verde dentro de um desenvolvimento sustentável

"Os custos crescentes para participar desta cúpula são simplesmente injustificáveis, quando muitos europeus vivem dificuldades financeiras", explicou Matthias Groote (©AFP / Henning Bagger)

"Os custos crescentes para participar desta cúpula são simplesmente injustificáveis, quando muitos europeus vivem dificuldades financeiras", explicou Matthias Groote (©AFP / Henning Bagger)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2012 às 15h03.

Bruxelas - A União Europeia vai "lutar" para que a Rio+20 alcance "resultados ambiciosos, irreversíveis e que tenham um impacto real", afirmou nesta quarta-feira o comissário europeu do Meio Ambiente, Janez Potocnik.

Potocnik discursou hoje em Bruxelas para falar das expectativas da UE para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável que será realizada no Rio de Janeiro entre os próximos dias 20 e 22 de junho.

Os principais pontos da cúpula serão como erradicar a pobreza, garantir a segurança alimentar e conseguir uma economia verde dentro de um desenvolvimento sustentável, explicou.

No entanto, Potocnik reconheceu que as negociações serão duras, já que "não há suficiente progresso nem acordo algum no conceito de economia verde e sua iniciada e no desenvolvimento sustentável dentro dos Objetivos do Milênio" da ONU.

Potocnik destacou o papel-chave que o Brasil terá como país anfitrião: "Esperamos que o Brasil tenha grandes ambições para conseguir compromissos concretos e firmes até o ponto de serem irreversíveis".

Também minimizou a importância da pouca presença de líderes europeus na Rio+20, já que "a UE falará com uma só voz, clara e forte. Os Estados-membros sabem que se compartilharmos a mesma mensagem teremos mais possibilidades de sucesso".


O comissário confessou que para ele um êxito já seria a aceitação de um documento mais ou menos concreto com linhas gerais ou, pelo menos, um apoio claro à economia verde.

"A economia verde é uma estratégia de sobrevivência que mudará nosso modelo de crescimento e de utilização dos recursos naturais a fim de evitar que as próximas gerações fiquem sem comida e trabalho", insistiu.

Também advertiu da urgência de conseguir pactos perante a situação que enfrentam as camadas mais desfavorecidas da sociedade: "Serão os pobres que sofrerão mais se continuamos com um crescimento não sustentável já que eles dependem diretamente da terra, do ar, da água e dos oceanos".

O comissário do Meio Ambiente descreveu também a necessidade de uma nova estrutura de transporte para "diminuir a pressão contra o meio ambiente", e ressaltou que os países que aproveitarem o capital natural de maneira sustentável serão "os vencedores de amanhã".

Sobre a importância da economia verde, Potocnik indicou que significaria a criação de entre 15 e 60 milhões postos de trabalho nos próximos anos no mundo todo.

Em relação ao setor privado, antecipou um acordo que será fechado na Rio+20: "Todas as empresas que cotem em bolsa terão que incluir a sustentabilidade em seus relatórios anuais e se não deverão explicar por que".

O comissário resumiu a situação assinalando que "não há nenhuma garantia de acordo, e por isso iremos com o espírito de conseguir um acordo até o último minuto". 

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