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UE e EUA se mobilizam para combater ebola

UE deve apresentar um grande compromisso na reunião internacional organizada no fim de setembro pela ONU em Nova York

A comissária europeia Kristalina Geogieva participa de uma reunião ministerial em Bruxelas (Emmanuel Dunand/AFP)

A comissária europeia Kristalina Geogieva participa de uma reunião ministerial em Bruxelas (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 15h09.

Bruxelas - A União Europeia (UE) convocou os membros do bloco a recuperar o tempo perdido com novas contribuições para combater o ebola, no momento em que os Estados Unidos anunciaram o desbloqueio rápido de 88 milhões de dólares.

A UE deve apresentar um grande compromisso na reunião internacional organizada no fim de setembro pela ONU em Nova York, disse a comissária europeia de Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva, ao concluir em Bruxelas os trabalhos de uma reunião ministerial.

Georgieva pediu aos países membros que estimem antes da reunião de Nova York suas contribuições para completar o pacote de 150 milhões de euros que a Comissão já destinou à luta contra a epidemia.

Em Washington, o presidente Barack Obama pediu ao Congresso que aprovasse uma parcela de 88 milhões de dólares (68 milhões de euros) adicionais, o que elevaria o montante total da ajuda dos Estados Unidos a 250 milhões de dólares.

Obama precisa detalhar seu plano de ação na terça-feira durante uma visita à sede principal dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em Atlanta, Geórgia (sudeste).

No dia 5 de setembro, a UE anunciou um pacote de quase 100 milhões destinados a reforçar globalmente os serviços públicos nos países envolvidos.

Para Georgieva, a mobilização europeia é muito necessária, já que a comunidade internacional perdeu muito tempo no início.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que serão necessários nove meses e 500 milhões de euros para frear a epidemia.

Na reunião desta segunda-feira, convocada a pedido da França, uma dezena de países expuseram seu compromisso de desbloquear créditos e recursos, entre eles Alemanha, que indicou estar disposta a receber doentes.

Isolar o vírus, não a África

"Devemos isolar a doença, mas não os países", indicou o comissário a cargo da Saúde, Tonio Borg, depois que várias companhias aéreas cortaram as rotas aéreas com os países afetados, entre eles Guiné, Serra Leoa e Libéria.

O coordenador da ONU para o ebola, David Nabarro, pediu à UE que não repita os mesmos preconceitos apresentados no início da propagação da Aids.

Por sua vez, a Human Rights Watch (HRW) convocou os governos envolvidos a garantir que as medidas tomadas respeitem os direitos fundamentais.

Serra Leoa decretou o confinamento de toda a população de 19 a 21 de setembro, enquanto as autoridades da Libéria são acusadas de realizar quarentenas arbitrárias.

"Devemos trabalhar contra o estigma", indicou o secretário de Cooperação Internacional da Espanha, Jesús Gracia, que participou da reunião.

A epidemia de ebola na África Ocidental, a mais grave da história desta febre hemorrágica identificada em 1976, matou mais de 2.400 pessoas dos 4.784 casos detectados, segundo o último balanço de sexta-feira da OMS.

A reunião de Bruxelas também permitiu passar em revista as medidas de coordenação já tomadas para reforçar a proteção do Continente europeu contra qualquer propagação do vírus. "Para a Europa, o risco é mínimo, mas devemos permanecer alertas", disse Borg.

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