Mundo

UE chega a acordo para medidas na crise de energia

O organismo destaca a meta de uma queda voluntária de 10% no consumo de eletricidade e uma diminuição obrigatória de 5% do consumo nos horário de pico

As definições foram tomadas em uma reunião extraordinária em Bruxelas, que envolveu ministros da Energia dos 27 Estados-membros da União Europeia (Getty/Getty Images)

As definições foram tomadas em uma reunião extraordinária em Bruxelas, que envolveu ministros da Energia dos 27 Estados-membros da União Europeia (Getty/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de setembro de 2022 às 18h26.

Última atualização em 30 de setembro de 2022 às 18h36.

O Conselho da União Europeia chegou a um acordo nesta sexta-feira, 30, para uma série de medidas comuns para reduzir a demanda de eletricidade e recolher lucros excedentes do setor.

Em comunicado, o organismo destaca a meta de uma queda voluntária de 10% no consumo de eletricidade e uma diminuição obrigatória de 5% do consumo nos horário de pico, que valerá entre 1º de dezembro e 31 de março. Neste caso, os Estados-membros estão livres para reduzir os gastos de energia com as medidas que definirem.

Além disso, os países concordaram em usar medidas de sua escolha para coletar e redirecionar as receitas excedentes do setor para apoiar e proteger os consumidores finais de eletricidade, segundo o documento. Uma contribuição de solidariedade temporária obrigatória sobre os lucros das empresas nos setores de petróleo bruto, gás natural, carvão e refinarias, será aplicada.

A contribuição será calculada sobre os lucros tributáveis, conforme determinado pelas regras fiscais nacionais no exercício fiscal iniciado em 2022 e/ou em 2023, que sejam superiores a um aumento de 20% do lucro tributável médio anual desde 2018, afirma.

Os Estados-membros podem manter medidas nacionais equivalentes à taxa de solidariedade, desde que sejam compatíveis com os objetivos do regulamento e gerem receitas pelo menos comparáveis aponta. Os países usarão as receitas da contribuição para fornecer apoio financeiro a famílias e empresas e mitigar os efeitos dos altos preços de varejo da eletricidade, diz o documento.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

O Conselho concordou ainda em limitar as receitas de mercado em 180 euros/MWh para geradores de eletricidade, incluindo intermediários, que usam as chamadas tecnologias inframarginais para produzir eletricidade, como renováveis e nuclear. "Essas operadoras obtiveram ganhos financeiros inesperadamente grandes nos últimos meses, sem aumentar seus custos operacionais. Isso se deve ao papel do carvão e do gás como fontes marginais de fixação de preços que atualmente inflacionam o preço final da eletricidade", aponta.

O Conselho concordou que os Estados-membros podem estabelecer temporariamente um preço para o fornecimento de eletricidade a pequenas e médias empresas para apoiá-las na luta com os preços elevados da energia. Os países também concordaram que podem excepcional e temporariamente fixar um preço para o fornecimento de eletricidade abaixo do custo.

As definições foram tomadas em uma reunião extraordinária em Bruxelas, que envolveu ministros da energia dos 27 Estados-membros da União Europeia. As definições tem validade para todos mas o Conselho concordou com exceções específicas para Malta e Chipre.

LEIA TAMBÉM:

UE alcança acordo para conter aumento nas contas de energia

Euro digital fortaleceria autonomia em sistemas de pagamento e uso para comércio seria foco, diz BCE

Acompanhe tudo sobre:EnergiaUnião Europeia

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia