Mundo

Ucranianos combatem blindados que cruzaram fronteira

Guardas de fronteira ucranianos combatiam uma coluna de blindados que atravessaram a fronteira com a Rússia, dizem autoridades


	Soldados ucranianos perto de blindados: conflito provocou 2.200 mortes desde abril
 (Dmitry Madorsky/Reuters)

Soldados ucranianos perto de blindados: conflito provocou 2.200 mortes desde abril (Dmitry Madorsky/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 13h20.

Kiev - A Ucrânia afirmou nesta segunda-feira que suas tropas repeliram uma coluna de blindados que cruzaram a fronteira a partir da Rússia, ao mesmo tempo em que Moscou aumentou a tensão ao anunciar que enviará um novo comboio de ajuda ao leste separatista da Ucrânia.

Um porta-voz militar afirmou que o exército conseguiu deter uma coluna de "dez tanques e dois veículos blindados que transportavam as tropas", agitavam bandeiras separatistas e se dirigiam à cidade costeira de Mariupol, depois de ter atravessado a fronteira a partir da Rússia.

A moradora de uma localidade próxima indicou à AFP que ouviu explosões no leste, em direção à fronteira.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, desmentiu as informações.

"Não ouvi falar disso, mas há muita desinformação a respeito desta invasão", indicou.

A Ucrânia denunciou em muitas ocasiões as incursões em seu território de unidades militares russas e o bombardeio de suas tropas a partir do outro lado da fronteira, e também acusou Moscou de entregar armas aos separatistas, o que a Rússia sempre desmentiu.

Se a incursão for confirmada, pode complicar a reunião entre o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e seu colega russo, Vladimir Putin, prevista para terça-feira em Minsk ao lado de outros líderes europeus.

Poroshenko prometeu falar de paz com o presidente russo, mas insiste que a retirada dos separatistas pró-Rússia é a única forma de acabar com o conflito que já deixou mais de 2.200 mortos em quatro meses.

Novo comboio humanitário

Moscou, por sua vez, aumentou ainda mais a tensão ao anunciar a intenção de enviar um segundo comboio de ajuda humanitária ao leste da Ucrânia.

A Rússia enviou na sexta-feira 230 caminhões que, segundo Moscou, continham 1.800 toneladas de ajuda humanitária para o reduto separatista de Lugansk sem o controle dos observadores da Cruz Vermelha, uma ação que Kiev denunciou como uma invasão direta.

Os caminhões retornaram à Rússia no sábado sem que nenhum incidente fosse registrado.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, anunciou que Moscou deseja enviar um novo comboio nesta semana e pediu à Ucrânia que facilite a entrega da ajuda.

Kiev e os países ocidentais temem que Moscou utilize o envio humanitário para ajudar os separatistas ou que o use como desculpa para enviar tropas, algo que Moscou nega.

Mais de 400.000 pessoas fugiram da região desde abril, quando o exército ucraniano começou a enfrentar os separatistas pró-russos no leste do país. Em algumas cidades tomadas pelos insurgentes e sitiadas pelo exército, a população está há semanas sem água e eletricidade.

Contra-ofensiva rebelde

Em terra, um líder dos separatistas anunciou no domingo uma contra-ofensiva contra o exército no sul deste reduto insurgente, e disse ter mobilizado tanques e artilharia.

O Estado-Maior da operação militar ucraniana no leste admitiu nesta segunda-feira, por sua vez, um aumento da ação inimiga.

Em Donetsk, reduto dos insurgentes sitiado pelo exército ucraniano, eram ouvidas fortes explosões na tarde desta segunda-feira. Os combates ocorriam no sul da cidade durante a manhã e eram observadas colunas de fumaça, afirmaram jornalistas da AFP.

A pequena cidade de Olenivka, sacudida pelos bombardeios há uma semana, parece ser um dos alvos da batalha, segundo autoridades separatistas.

Já o porta-voz militar ucraniano Andrei Lyssenko afirmou que o exército havia repelido contra-ataques na periferia de Lugansk, Donetsk e Ilovaisk. Anunciou que quatro soldados ucranianos morreram em 24 horas.

A polêmica também cresceu pelo desfile de dezenas de soldados prisioneiros realizado no domingo no centro de Donetsk, em resposta à marcha militar em Kiev pelo Dia da Independência da Ucrânia.

O ministro da Defesa criticou os insurgentes por não respeitar as leis de guerra e de humanidade.

Lavrov, por sua vez, indicou que "não via nada próximo ao que poderia ser considerado humilhante" nas imagens do desfile.

*Atualizada às 13h20 do dia 25/08/2014

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrâniaViolência política

Mais de Mundo

Trump nomeia Keith Kellogg como encarregado de acabar com guerra na Ucrânia

México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Israel vai recorrer de ordens de prisão do TPI contra Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

SAIC e Volkswagen renovam parceria com plano de eletrificação