Ucrânia recupera territórios em Kherson, região-chave no sul
Desde o início do mês, as forças de Kiev reivindicam ter reconquistado 29 localidades das mãos dos russos
AFP
Publicado em 6 de outubro de 2022 às 13h32.
A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira, 6, que recuperou mais de 400 quilômetros quadrados na região de Kherson (sul) em menos de uma semana, depois que a Rússia anunciou a anexação desta região.
As tropas ucranianas atuam na ofensiva em todas as frentes desde o início de setembro e já recuperaram uma parte de Kherson (nordeste) e importantes eixos logísticos como Izium, Kupiansk e Liman. Nesta última localidade, no leste, as tropas de Moscou, foram praticamente cercadas.
"As Forças Armadas da Ucrânia libertaram mais de 400 km² na região de Kherson desde o início de outubro", afirmou a porta-voz do Comando do Exército do Sul ucraniano, Natalia Gumeniuk.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou na quarta-feira a captura de três novas localidades nesta região e também confirmou que a contraofensiva continuava, graças às armas fornecidas por países ocidentais.
Desde 1 de outubro, as forças de Kiev reivindicam ter reconquistado 29 localidades das mãos dos russos.
O exército de Moscou garantiu em seu relatório diário que "o inimigo foi expulso da linha de defesa das tropas russas" nesta mesma região de Kherson.
Segundo o exército, as forças ucranianas mobilizaram quatro batalhões táticos na linha de frente, ou seja, centenas de homens, e "tentou em várias ocasiões romper as defesas" russas nas proximidades de Dudchany, Sukhanove, Sadok e Bruskinskoe.
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"Estamos melhores"
O presidente russo, Vladimir Putin, cuja ordem de mobilização parcial fez com que milhares de russos fugissem, garantiu nesta quarta que a situação militar se "estabilizaria".
Dias antes, Putin reivindicou a anexação de quatro regiões ucranianas, apesar de Moscou não ter total controle de algumas delas.
Seu porta-voz, Dmitri Peskov, garantiu que os territórios perdidos serão "recuperados".
Em setembro, Putin ameaçou recorrer aos armamento nuclear.
No campo de batalha, soldados ucranianos contactados pela AFP começam a ver "uma luz no fim do túnel", após os avanços das últimas semanas, em sete meses de uma guerra exaustiva.
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"Estamos melhores agora", explica Bogdan, de 29 anos. "Vemos as conquistas e isto nos inspira", disse.
Mas os bombardeiros continuam. Em Zaporizhzhia, umas das regiões anexadas, um ataque deixou três mortos e sete feridos.
Jornalistas da AFP viram dois edifícios alvejados no centro da cidade. O primeiro andar de um deles foi destruído. A poucos metros, uma cratera profunda se abriu próximo a um condomínio residencial e muitos telhados caíram.
Visita da AIEA
Na região de Donetsk (leste) --outro território anexado--, ao menos 14 pessoas morreram e três ficaram feridas nas últimas 24 horas nas regiões controladas por Kiev, segundo a Presidência ucraniana.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, deve chegar nesta quinta a Kiev, antes de partir para Moscou.
Grossi quer falar sobre a criação de uma "zona de proteção" em torno da central nuclear de Zaporizhzhia.
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Na quarta, a Rússia se apropriou, em decreto de Putin, desta usina, a maior da Europa, nas mãos russas desde março.
No plano diplomático, 44 dirigentes europeus se reuniram nesta quinta em Praga na primeira reunião da Comunidade Política Europeia (CPE), para intensificar o isolamento de Moscou.
Na quarta, a União Europeia aprovou uma nova série de sanções contra Moscou.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus dez aliados decidiram reduzir drasticamente suas cotas de produção para manter os preços, uma medida que beneficia a Rússia, cujos principais ingressos dependem dos hidrocarbonetos.
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