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Ucrânia espera intensificação dos ataques da Rússia antes de decisão da UE

Os países da UE se reunirão na quinta-feira e sexta-feira para decidir se Kiev pode entrar para a categoria de candidato, uma decisão que deve ser tomada por unanimidade

Ucrânia: o presidente da Ucrânia afirmou que o exército responderá aos ataques, ao mesmo tempo que admitiu "perdas significativas" (Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia/Reuters)

Ucrânia: o presidente da Ucrânia afirmou que o exército responderá aos ataques, ao mesmo tempo que admitiu "perdas significativas" (Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de junho de 2022 às 08h35.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, advertiu que espera que a "Rússia intensifique os ataques esta semana", a poucos dias do debate entre os 27 países da União Europeia (UE) sobre a candidatura de Kiev ao bloco.

"Nesta segunda-feira começa uma semana realmente histórica", afirmou Zelensky sobre a aguardada resposta da UE a respeito da concessão do status de país candidato à Ucrânia.

Depois que a Ucrânia recebeu a luz verde da Comissão Europeia na sexta-feira, os países da UE se reunirão na quinta-feira e sexta-feira para decidir se Kiev pode entrar para a categoria de candidato, uma decisão que deve ser tomada por unanimidade.

"Obviamente esperamos que a Rússia intensifique os ataques esta semana", advertiu o presidente ucraniano, antes de afirmar que as tropas do país se preparam para este cenário e estão "prontas".
Zelensky disse que os russos "reagrupam suas forças na direção de Kharkiv e da região de Zaporizhzhia" e continuam bombardeando as infraestruturas de combustíveis.

Ele afirmou que o exército responderá aos ataques, ao mesmo tempo que admitiu "perdas significativas".

Serguei Gaiday, o governador de Lugansk, região do leste do país que foi alvo de intensos bombardeios nas últimas semanas, informou que "os russos tentaram um avanço na área de Toshkivka e conseguiram parcialmente", mas destacou que a artilharia ucraniana funcionou e o conjunto do avanço não teve êxito.

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Toshkiva fica ao sul de Lysychansk, a cidade gêmea de Severodonetsk, que concentra a ofensiva na bacia de mineração do Donbass (leste da Ucrânia).

Em Lysychansk há indícios de preparação para um combate nas ruas: os soldados instalaram arame farpado e a polícia deslocou os destroços de veículos queimados para tentar impedir a passagem dos russos.

Gaiday negou no domingo a tomada da toda Severodonetsk pelos russos, mas admitiu que as tropas de Moscou "controlam a maior parte" da cidade.

O ministério russo da Defesa reivindicou o controle de Metiolkine, na periferia de Severodonetsk.
Severodonetsk é uma posição estratégica par ao rumo da batalha no Donbass, região que é parcialmente controlada pelos separatistas pró-Rússia desde 2014.

Na frente sul, o exército ucraniano afirma que as forças russas "não conseguem avançar no terreno" e apenas continuam com os bombardeios.

O ministério da Defesa da Rússia informou que utilizou mísseis de cruzeiro para atacar uma fábrica em Mykolaiv e destruiu "dez obuses de 155 mm e até 20 veículos blindados fornecidos ao regime de Kiev pelo Ocidente nos últimos dez dias".

Mykolaiv é uma cidade portuária e industrial, onde moravam meio milhão de pessoas antes da guerra. A localidade é alvo dos ataques russos porque fica na rota para Odessa, o principal porto da Ucrânia.

Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou que a Rússia comete um "verdadeiro crime de guerra" ao bloquear a exportação de cereais e grãos da Ucrânia.

Contra a UE, a Rússia utiliza seus hidrocarbonetos como arma e cortou o fluxo de gás para vários países na semana passada.

Ao mesmo tempo, as importações de petróleo russo para a China aumentaram 55% em maio, na comparação com o mesmo período no ano passado.

Em uma tentativa de reduzir a dependência da Rússia, países como a Alemanha apostam em soluções menos ecológicas, incluindo centrais de carvão

"É amargo, mas é indispensável reduzir o consumo de gás", declarou o ministro da Economia, o ecologista Robert Habeck, apesar do governo de coalizão alemão ter prometido abandonar o uso de carvão até 2030.

A Áustria também anunciou no domingo a reativação de uma usina de carvão fechada em 2020. Antes da guerra, o governo de Viena pretendia interromper o uso desta fonte de energia e produzir eletricidade 100% de origem renovável até o fim da década.

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