Tusk pede que Trump valorize seus aliados europeus da Otan
A declaração foi feita dias antes de uma cúpula da Otan, na qual as críticas de Trump sobre os gastos militares dos membros se tornou um assunto central
AFP
Publicado em 10 de julho de 2018 às 09h37.
A União Europeia pediu nesta terça-feira (10) ao presidente americano, Donald Trump , que "valorize seus aliados" europeus da Otan, já que "os Estados Unidos não têm e não terão um aliado melhor do que a Europa".
"Queridos Estados Unidos, valorize seus aliados, afinal, não tem tantos", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, dirigindo-se a Trump após a assinatura de uma declaração conjunta UE-Otan.
A todo, 22 países europeus integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Suas declarações surgem na véspera de uma cúpula de dois dias de presidentes da Otan em Bruxelas, onde o gasto militar dos aliados se tornou o assunto central, com Trump criticando os demais membros por não gastarem o suficiente na Aliança.
Pela manhã, o presidente americano criticou que os EUA sejam o país que mais gasta dinheiro com a defesa coletiva da Aliança.
"Países da OTAN têm que pagar MAIS, os Estados Unidos têm que pagar MENOS. Muito injusto!", tuitou.
Responsável por coordenar os trabalhos dos presidentes da UE, Tusk lembrou que, após os atentados de 11 de setembro de 2001, "a Europa foi a primeira a responder em larga escala", em virtude do princípio de defesa coletiva.
E, frente às críticas "quase diárias" de Trump, Tusk alegou que a Europa "gasta atualmente muito mais em defesa do que Rússia e tanto quanto a China".
"Trata-se de um investimento na nossa segurança, algo que não se pode dizer com a mesma certeza sobre o gasto russo e chinês", acrescentou.
Tusk ainda pediu ao "estimado senhor presidente" Trump que se lembre disso durante a reunião da Aliança, mas, "sobretudo", quando o líder americano se reunir com seu colega russo, Vladimir Putin, em Helsinque, em 16 de julho.
"Sempre vale a pena saber quem é seu amigo estratégico e quem é seu problema estratégico", acrescentou Tusk.
Na cúpula de Gales de 2014, os aliados se comprometeram a aproximar seu gasto militar de 2% do PIB nacional para 2024, um apelo tradicional dos Estados Unidos. Até agora, apenas oito poderão cumprir essa meta em 2018, segundo fontes diplomáticas.