Mundo

Turquia congela relações comerciais e militares com Israel

A razão do embargo é a recusa israelense em pedir perdão pelo ataque à Frotilha da Liberdade no ano passado, no qual morreram nove pessoas

Erdogan, primeiro-ministro turco, prometeu novas sanções à Israel (Vyacheslav Oseledko/AFP)

Erdogan, primeiro-ministro turco, prometeu novas sanções à Israel (Vyacheslav Oseledko/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2011 às 09h06.

Istambul - O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta terça-feira que seu país vai suspender a partir desta quarta-feira as relações comerciais e militares com Israel, após a recusa desse país de pedir perdão pelo ataque à Frotilha da Liberdade no ano passado, no qual morreram nove pessoas.

"A partir de amanhã (quarta-feira) as relações diplomáticas com Israel serão reduzidas a nível de segundo secretário. (...) Do mesmo modo, as relações comerciais, militares e da indústria de Defesa serão suspensas. Serão completamente congeladas. A este processo seguirão novas sanções", declarou Erdogan à imprensa.

"Se até agora falávamos em "Plano B", a partir de agora estamos em "Plano C", definiu assim a piora no estágio das relações turcas com o antigo aliado.

Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, anunciou a redução das relações diplomáticas e referiu-se à suspensão das relações militares, mas não abordou a questão comercial.

Erdogan não deu nesta terça-feira detalhes se fazia referência às relações comerciais entre os estados e o comércio privado.

O comércio bilateral entre Turquia e Israel alcançou no ano passado US$ 3,439 bilhões, com balanço positivo para a Turquia de US$ 721 milhões.

No entanto, dentro do comércio entre os dois estados, a indústria militar foi a que guiou as relações desde a assinatura do Acordo de Cooperação na Indústria de Defesa de 1996.

Neste setor, o maior benefício levou Israel, que vendia à Turquia tecnologia de ponta - em grande parte para luta contra o grupo armado curdo PKK -, enquanto os turcos praticamente só vendiam ao Estado judeu uniformes militares.

Entre os dois países existe Tratado de Livre-Comércio e outros acordos de fomento aos investimentos em setores como finanças, têxtil, infraestruturas e energia, entre outros.

Erdogan definiu nesta terça-feira Israel como "a criança consentido da família, que pensa que pode seguir fazendo o que quiser para sempre", mas garantiu que a Turquia não permitirá.

"O Mediterrâneo não é um lugar desconhecido para nós. A partir de agora verão continuamente nossos navios (militares)", avisou Erdogan.

Sobre sua possível visita a Gaza na próxima semana, o primeiro-ministro turco explicou que "ainda não é definitiva" e que a decisão final será tomada após consultar às autoridades egípcias em sua viagem ao Cairo na próxima segunda-feira.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEuropaIsraelTurquia

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia