Redação Exame
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 15h29.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou de pelo menos oito voos ao lado de Jeffrey Epstein em seu jato particular durante os anos 1990, segundo registros divulgados por engano pelo Departamento de Justiça dos EUA e obtidos pelo The Washington Post.
A informação consta em uma nova leva de documentos ligados ao caso Epstein, liberados na tarde de segunda-feira, 22, mas removidos logo depois.
Ao contrário de arquivos anteriores, que evitavam citar Trump, os novos documentos trazem várias menções ao ex-presidente, incluindo um voo em que ele esteve a bordo somente com Epstein e uma jovem de 20 anos.
Segundo o jornal americano, os dados foram baixados antes da remoção e integram registros oficiais que circulam desde 2020 entre promotores do caso.
“Quero que saiba que os registros de voo que recebemos ontem refletem que Donald Trump viajou no jato particular de Epstein muito mais vezes do que havia sido informado (ou do que sabíamos)”, afirmou um procurador federal do Distrito Sul de Nova York, em e-mail de janeiro de 2020.
O promotor detalha que os voos ocorreram entre 1993 e 1996, período que coincide com o foco das investigações sobre Ghislaine Maxwell, cúmplice e ex-companheira de Epstein.
Maxwell foi condenada em 2021 a 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores. Ela aparece listada como passageira junto com Trump em ao menos quatro ocasiões.
Segundo o procurador, alguns dos passageiros dos voos podem atuar como testemunhas em processos relacionados à rede operada por Epstein.
Os documentos apontam ainda que o FBI recolheu relatos de festas realizadas por Trump e Epstein no início dos anos 2000, embora não esclareçam se essas pistas resultaram em novas investigações.
Além disso, os arquivos revelam que a equipe do Departamento de Justiça enviou uma intimação judicial em 2021 ao resort Mar-a-Lago, clube privado e residência de Trump na Flórida.
O objetivo seria obter registros de pessoas que trabalharam no local e poderiam ter ligação com os desdobramentos do caso Maxwell.
Outro trecho do material inclui uma carta de 22 páginas enviada pela divisão criminal do Departamento de Justiça dos EUA às autoridades do Reino Unido, solicitando uma entrevista voluntária com a “testemunha PA” — referência ao príncipe Andrew. O irmão do rei Charles III teve seus títulos e funções oficiais removidos em 2021, após denúncias de envolvimento com menores ligadas ao círculo de Epstein.
Os documentos foram reunidos em um site público criado após a aprovação de uma lei no Congresso dos EUA que obriga a divulgação de todo o material não confidencial relacionado ao caso. Epstein, condenado por abuso de menores, foi encontrado morto em uma prisão de Nova York em 2019, em um suicídio que gerou diversas teorias e suspeitas sobre possíveis acobertamentos.
Com agência EFE.