Mundo

Trump será julgado em 25 de março por ter feito pagamentos a atriz

Esta será a primeira vez que um ex-presidente dos EUA será alvo de um julgamento criminal

A atriz Storm Daniels e o ex-presidente Donald Trump, acusado de fazer pagamentos irregulares a ela (AFP)

A atriz Storm Daniels e o ex-presidente Donald Trump, acusado de fazer pagamentos irregulares a ela (AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 16h47.

Donald Trump será o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a enfrentar um julgamento criminal, a partir de 25 de março, por um caso que envolve pagamentos para comprar o silêncio de uma atriz pornô, anunciou nesta quinta-feira (15) um juiz de Nova York.

A decisão, que confirmou a data de início do julgamento, chega em meio à campanha eleitoral do bilionário republicano de 77 anos para retornar à Casa Branca.

"Há muitos aspectos a considerar", afirmou o juiz do caso, Juan Merchan, ao rejeitar os pedidos da defesa de Trump para adiar o início do julgamento, que começará com a seleção do júri a partir de 25 de março.

"O caso nunca teria sido apresentado se eu não estivesse me candidatando à Presidência, declarou Trump em sua rede social Truth Social antes da audiência no Tribunal de Distrito de Manhattan, onde chegou pouco antes das 9h locais (11h em Brasília).

Até agora, os diversos casos judiciais enfrentados pelo ex-presidente - sobre os quais pesam 91 acusações criminais - não minaram sua popularidade, e as pesquisas o colocam como favorito em um possível confronto contra o atual presidente Joe Biden nas eleições em novembro.

yt thumbnail

Pagamentos à atriz Stormy Daniels

O magnata é indiciado por 34 acusações relacionadas ao pagamento, em 2016, de 130 mil dólares (453 mil reais à época) à estrela de filmes adultos Stormy Daniels, cujo nome real é Stephanie Clifford, para que ela guardasse silêncio sobre uma suposta relação extraconjugal que remonta a 2006 e que o político sempre negou.

Os pagamentos em si não são ilegais, mas Trump os registrou como "honorários legais" nas contas de sua empresa, a Trump Organization. Além disso, de acordo com documentos judiciais, o magnata comprou o silêncio de terceiros pelo menos mais duas vezes. Ele pagou 30 mil dólares (149 mil reais) a um porteiro da Trump Tower que afirmava ter informações sobre um filho do magnata que seria fruto de uma relação extraconjugal, e outros 150 mil dólares (745 mil reais) a uma mulher que afirmava ter tido um caso com o ex-presidente.

Trump se declarou inocente das acusações em 4 de abril de 2023 e se considera vítima de uma "caça às bruxas" para impedir seu retorno à Casa Branca. O bilionário não tem economizado críticas ao juiz Merchan, que já instruiu em 2022 outro caso contra a empresa familiar por fraude fiscal.

"Ele ME ODEIA", disse em sua plataforma Truth Social.

Os especialistas não acreditam que seja fácil para a promotoria provar as acusações contra o ex-presidente, e é incerto que ele possa ser condenado à prisão.

Montanha-russa judicial

Seus advogados também o representarão nesta quinta-feira em Atlanta, Geórgia, onde Trump foi acusado de conspirar para tentar mudar o resultado da eleição de 2020, na qual foi derrotado por Biden.

A audiência busca desqualificar a promotora Fani Willis por um suposto relacionamento com outro promotor e pedir o arquivamento das acusações contra o ex-presidente.

Na sexta-feira está previsto o anúncio da multa que será imposta pelo juiz Arthur F. Engoron, que instruiu outro caso de fraude fiscal, e que poderia chegar a 370 milhões de dólares (1,8 bilhão de reais) conforme requerido pela promotoria, valor que se somaria aos mais de 80 milhões (397 milhões de reais) que ele foi recentemente condenado a pagar por difamar uma escritora que o acusou de estupro nos anos 90.

E Trump enfrenta outro possível julgamento em Washington. Este processo na Justiça Federal deveria começar em 4 de março, mas foi adiado para avaliar a eventual imunidade penal do ex-presidente. Neste caso, ele também é julgado por uma acusação de conspiração para reverter os resultados da eleição de 2020.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições EUA 2024

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos