Trump: "Meu foco agora será garantir uma transição suave, ordenada e tranquila. Este momento exige cura e reconciliação" (Jim Bourg/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 06h26.
Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 14h49.
O presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu "reconciliação" nesta quinta-feira, após cenas chocantes de violência de seus apoiadores no Congresso, prometendo uma transição "suave" de poder com o presidente eleito Joe Biden.
Em um vídeo em sua conta desbloqueada no Twitter, Trump também se disse "chocado com a violência" do dia anterior na sede do Congresso americano, que resultou na morte de uma mulher.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 8, 2021
"Um novo governo será inaugurado em 20 de janeiro. Meu foco agora será garantir uma transição suave, ordenada e tranquila. Este momento exige cura e reconciliação", afirmou.
Trump divulgou o vídeo depois que pedidos de impeachment se multiplicaram no país, um dia depois que seus seguidores, inflamados pelo magnata republicano, invadiram o Capitólio e forçaram os congressistas a se proteger.
Incentivada por um discurso furioso de Trump, uma multidão rompeu as barricadas e entrou no Congresso, onde saquearam escritórios e entraram no normalmente solene Senado.
As forças de segurança tiveram que disparar gás lacrimogêneo durante uma operação de quatro horas para desocupar o prédio.
A polícia relatou que uma mulher, aparentemente uma apoiadora de Trump da Califórnia, foi baleada e morta. Outras três pessoas morreram nas proximidades em circunstâncias pouco claras.
A resposta de Trump à violência, usando as redes sociais para reiterar suas acusações nunca comprovadas de fraude eleitoral, escandalizou e gerou suspensões das contas do presidente nas principais plataformas digitais.
Trump, porém, usou um tom mais conciliador no vídeo de 160 segundos publicado nesta quinta-feira, descrevendo os quatro anos de sua presidência como "a honra de sua vida".
O presidente em fim de mandato fez uma denúncia clara contra a violência de quarta-feira, pedindo que "os temperamentos se acalmem e a calma seja restaurada". “E quem infringir a lei vai pagar”, alertou.