Trump: é mudar ou perder
Ainda faltam 80 dias para os eleitores americanos irem às urnas, mas o cerco está se fechando para o empresário Donald Trump, candidato pelo partido republicano. No domingo, o jornal Wall Street Journal afirmou que Trump não tem interesse em se aprofundar seus conhecimentos políticos e que sua saída é bater cada vez mais forte […]
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2016 às 06h02.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.
Ainda faltam 80 dias para os eleitores americanos irem às urnas, mas o cerco está se fechando para o empresário Donald Trump, candidato pelo partido republicano. No domingo, o jornal Wall Street Journal afirmou que Trump não tem interesse em se aprofundar seus conhecimentos políticos e que sua saída é bater cada vez mais forte na mídia. Para o WSJ, ou Trump muda de postura até o início de setembro, ou o partido deveria abandonar sua candidatura e se dedicar às eleições legislativas.
É uma medida improvável, mas que mostra o tamanho do fosso em que Trump se meteu. Os republicanos comandam o congresso americano e, com pouco dinheiro para as campanhas, a ideia de privilegiar a manutenção desse posto frente a queimar dinheiro com um despreparado ganha cada vez mais força. A liderança republicana na Câmara é de 30 cadeiras. Até o próprio Trump já admitiu, na última semana, que se conseguir chegar à Casa Branca, vai tirar um prolongado período de férias.
As últimas pesquisas mostram Hillary Clinton oito pontos à frente. Segundo o instituto de pesquisas Fivethirtyeight, as chances de Hillary vencer as eleições passaram de 68% no início do mês para 89%. Trump vem perdendo terreno basicamente, por insistir em táticas que deram certo nas primárias republicanas, mas que simplesmente não estão funcionando.
Nas últimas semanas, ele criticou um herói de guerra, apresentou um plano econômico que, na visão de um grande número de analistas, privilegia suas empresas e a de seus amigos, e disse que Barack Obama é o fundador do Estado Islâmico. Ontem, Trump escreveu em sua conta no Twitter que “a mídia quer que eu mude, mas seria desonesto com meus eleitores se eu o fizesse”. Os democratas agradecem.