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Trump chama democratas de "doentes" por causa de impeachment

Presidente norte-americano criticou o processo para tentar destituí-lo com base no caso ucraniano, e disse que situação "não tem sentido"

Donald Trump: o presidente norte-americano nega que tenha pressionado a Ucrânia por investigação sobre seu rival político (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: o presidente norte-americano nega que tenha pressionado a Ucrânia por investigação sobre seu rival político (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 20h35.

"Esta gente é doente!" — desabafou nesta sexta-feira o presidente Donald Trump contra o processo de impeachment promovido pelos democratas, em uma entrevista por telefone na qual não poupou insultos e teorias da conspiração.

Trump escolheu o programa de TV "Fox & Friends", um de seus favoritos, para manifestar sua frustração após uma série de audiências públicas no Congresso sobre o caso ucraniano.

Durante 53 minutos, em uma enxurrada de comentários, Trump disse o quanto está irado com o processo para tentar destituí-lo com base no caso ucraniano, denunciou a "total falta de sentido" e disse que está ansioso para se defender.

"Francamente, quero este julgamento", declarou o presidente sobre o processo de impeachment.

Os democratas acusam Trump de pressionar a Ucrânia, incluindo com o congelamento de uma ajuda militar de 400 milhões de dólares, para que Kiev investigasse Joe Biden, potencial candidato às eleições presidenciais de 2020.

Hunter, filho de Joe Biden, trabalhou em uma empresa de gás ucraniana quando seu pai era vice-presidente de Barack Obama.

Trump nega qualquer condição imposta a Kiev e denuncia uma "caça às bruxas".

Diante da fúria de Trump, os apresentadores Steve Doocy, Brian Kilmeade e Ainsley Earhardt tentaram organizar a entrevista: "Senhor presidente, a acusação é a seguinte: utilizou ajuda - dinheiro dos contribuintes - para atacar um adversário político"?

Mas Trump se desviou da questão e disparou contra Alemanha e França - que segundo ele não concedem ajuda suficiente à Ucrânia (que luta contra separatistas apoiados pela Rússia) - e contra todos os atores do processo de impeachment: legisladores, diplomatas e especialistas.

O legislador democrata "Adam Schiff inventa tudo, está doente, este homem tem um problema" mental, declarou o presidente.

Nancy Pelosi, líder dos democratas no Congresso, "não faz nada (...), está paralisada (...), é louca como um percevejo".

Marie Yovanovitch, ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, que denunciou as intimidações do presidente americano, "é tão genial que não queria ver a minha foto pendurada na embaixada". "Esta mulher nunca foi um anjo".

Sobre o embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, Gordon Sondland, o presidente foi ainda mais direto: "É toma lá, dá cá"? Negocia "absolutamente qualquer coisa", mas "mal o conheço".

Trump aproveitou a entrevista para reafirmar a teoria de que a Ucrânia tratou de interferir nas eleições presidenciais americanas de 2016 a favor de Hillary Clinton, sua adversária democrata.

"Verão coisas incríveis, talvez o grande escândalo político na história do nosso país".

"Quais são as fontes"? - perguntaram os apresentadores. "Só posso lhes dizer que temos muita informação sobre coisas terríveis", respondeu.

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