Donald Trump, presidente dos EUA: governo venezuelano não se manifestou sobre suposto ataque (Foto por JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
Redação Exame
Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 17h19.
Em meio à campanha de pressão contra o governo de Nicolás Maduro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 29, que o país “atingiu” uma área na Venezuela onde barcos são carregados com drogas.
Seria a primeira operação em terra conhecida no território venezuelano, mas sem confirmação oficial sobre o alvo, a autoria da ação ou mesmo se o ataque ocorreu de fato dentro do país sul-americano, segundo a agência Reuters.Segundo a Reuters, Trump disse que houve “uma grande explosão na área do porto onde eles carregam os barcos com drogas” e afirmou: “Acertamos todos os barcos e agora acertamos a área... é a área de implementação. É lá que eles implementam, e isso não existe mais”.
Ainda segundo o relato, não está claro que alvo foi atingido nem qual órgão do governo americano conduziu a operação.
Questionado diretamente se a CIA havia realizado o ataque, o presidente respondeu: “Não quero dizer isso. Eu sei exatamente quem foi, mas não quero dizer quem foi”, lembrando que já havia declarado ter autorizado operações secretas da agência na Venezuela.
Em entrevista anterior a um programa de rádio, Trump já havia dito que os EUA haviam destruído uma “grande fábrica, ou uma grande instalação, de onde saem os barcos”, dentro de sua campanha contra uma rede de narcotráfico que Washington atribui à Venezuela e associa ao chamado “Cartel dos Sóis”.
Segundo o presidente, a estrutura foi destruída “há duas noites” e o ataque teria representado “um golpe muito duro” contra o esquema de tráfico. Funcionários americanos citados pelo jornal The New York Times disseram que Trump se referia a uma fábrica de produção de drogas na Venezuela e apontaram que a instalação foi destruída na quarta-feira, sem fornecer mais detalhes.
Até o momento, a Casa Branca, o Departamento de Defesa e a CIA não comentaram publicamente a operação nem esclareceram se se trata de uma ação encoberta – o que, na prática, limita o que autoridades podem dizer sobre o episódio, segundo a Reuters.
O governo venezuelano também não se manifestou, e não há relatos independentes no país que confirmem a explosão descrita por Trump.
No estado venezuelano de Zulia, a empresa química Primazol negou nas redes rumores de que um incêndio em sua planta, na véspera de Natal, tivesse relação com as declarações de Trump. A companhia afirmou que o fogo foi rapidamente controlado e está sob investigação.
Moradores da área relataram à Reuters que ouviram uma explosão, viram as chamas e sentiram cheiro de cloro, mas as autoridades locais não associaram o caso a uma ação militar americana. O ministério da Comunicação da Venezuela, responsável pela interlocução com a imprensa, não respondeu a pedidos de posicionamento.
Com informações da Reuters e da agência EFE.