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Troca de partido pode afetar imagem de Kassab

Prefeito se reuniu com líderes partidários para discutir seu destino - aliados dizem que ele quer deixar o DEM de olho na eleição de 2014 ao governo

Primeiro, cogitou-se ida de Kassab ao PMDB e depois ao PSB (Otavio Dias/Veja)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 11h59.

São Paulo - Assunto constante no noticiário político, a novela em torno da articulação feita por Gilberto Kassab (DEM) para mudar de partido representa risco à imagem do prefeito. Segundo cientistas políticos ouvidos pelo Jornal da Tarde, a exposição excessiva de Kassab na questão partidária, ao mesmo tempo em que a capital sofre com enchentes e protestos contra o aumento da passagem de ônibus, pode passar a impressão de que o prefeito está mais preocupado com seu próprio futuro político do que em cuidar da cidade.

“A cidade não passa por um bom momento. Temos as enchentes, a passagem (de ônibus) que foi a R$ 3 e as manifestações. A sensação que passa quando se lê os jornais é de que Kassab está mais preocupado em manobrar politicamente de olho no futuro da sua carreira do que cuidar da cidade. E isso pode ter impacto negativo na imagem do prefeito”, avalia o cientista político Humberto Dantas, conselheiro da organização não-governamental (ONG) Voto Consciente. “Há sentimento de que está havendo pouca ação e preocupação maior com mudança partidária, é preocupante."

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Desde novembro de 2010, Kassab tem se reunido com líderes partidários para discutir seu destino - aliados dizem que ele quer deixar o DEM de olho na eleição de 2014 ao governo. Primeiro, cogitou-se sua ida ao PMDB e depois ao PSB. Agora, o desfecho mais provável é um novo partido, o PDB. Kassab levaria consigo inúmeros aliados para, em seguida, fundi-lo ao PSB. A estratégia visa a escapar do enquadramento por infidelidade partidária.

“Certamente parcela do eleitorado que tem acompanhado isso de perto, aqueles que leem jornal, devem enxergar isso com estranheza. Mas o impacto disso na imagem do prefeito vai depender da percepção que cada um tem em relação à gestão Kassab. Se há percepção de que a cidade está mal administrada, o eleitor pode acreditar que seja por causa disso (gastar tempo com articulação política)”, afirma o cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Já para Rui Tavares Maluf, da Fundação Escola de Sociologia e Política (Fesp), o risco para Kassab é de que o eleitor mais bem informado pode perceber que a criação de nova legenda “é coisa forçada”. “Vale lembrar que o Kassab pode ser ótimo articulador, mas não é líder, de ter gente atrás dele. Ele parece ser um grande operador político de bastidor, o que não é pouca coisa, mas ele não é uma figura que consegue ocupar espaço do ponto de vista das ideias”, destaca Maluf. As informações são do Jornal da Tarde.

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