Triste Natal para cristãos de Gaza, devastada pela guerra
Estado de Israel só autorizou a pouco mais de 500 cristãos de Gaza deixar o território palestino para ir à Missa do Galo na igreja da Natividade
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 22h20.
Gaza - Com uma guirlanda na mão, Sara monta a árvore de Natal com seus pais, mas ela vai passar a noite de quarta-feira sem eles, pois as autoridades israelenses negaram a permissão para que ela possa ir a Belém, onde, segundo a tradição, Jesus nasceu.
O Estado de Israel só autorizou a pouco mais de 500 cristãos de Gaza, inclusive os pais de Sara, deixar o território palestino para ir à Missa do Galo na igreja da Natividade, na Cisjordânia ocupada.
"É um Natal feliz, mas também um pouco triste porque não me deram a permissão para acompanhar meus pais", disse a menina de 11 anos. Sua mãe, Abir Mussad, fala de "uma alegria pela metade".
Ao lado do marido, poderá celebrar o nascimento de Cristo em Belém. Ao contrário, seus filhos irão "ver o Papai Noel na quinta-feira na igreja de Gaza". "Para que nos deem nossos presentes", disse Sara.
Em Gaza, os adultos fizeram tudo o possível para não arruinar a festa das crianças, mas nem por isso se esquecem da guerra do último verão no hemisfério norte, seus mortos e seus danos, como lembra Um Georges, de 60 anos, que também recebeu uma autorização para visitar Belém.
"Neste ambiente particular, vamos celebrar o Natal para tentar esquecer o sofrimento da guerra", explicou esta mulher de Gaza, que perdeu a irmã em um dos bombardeios israelenses.
Nas ruas, onde ainda são visíveis as marcas da guerra, na qual morreram mais de 2.000 cidadãos de Gaza, a maioria civis, as lojas estão enfeitadas para o Natal.
A grande maioria dos 3.500 cristãos de Gaza terá que se contentar com eles, pois não conseguiu o pequeno documento que permitiria percorrer as poucas dezenas de quilômetros de distância que separam Gaza de Belém.
Abdallah Yahshan faz parte desta grande maioria. Ele apresentou um pedido para viajar a Belém, ao lado da esposa, as as autoridades israelenses lhe negaram a permissão.
Por isso, ficará em Gaza. "Queremos celebrar com alegria, mas o sangue dos mártires que correu durante a guerra ainda está fresco (...) Vamos celebrar a missa e fazer uma pequena festa, muito simples", conta.
Tony al Masri, de 60 anos, montou uma árvore de Natal, mas também tem pouca vontade de celebrar. "Por dentro, estou triste pelo meu povo que sofre por culpa da guerra", lamentou.
"A guerra afetou todos nós, cristãos e muçulmanos, por isso rezo pela paz e a unidade", acrescentou.
George, que prefere não revelar seu sobrenome, diz rezar pelo fim dos "integristas" e dos ataques contra cristãos.
"Embora haja poucos radicais como os da organização Estado Islâmico (...), não duvidam em nos atacar, já o terão feito", afirma.
Em fevereiro, homens não identificados colocaram um explosivo perto da igreja da Sagrada Família, na Cidade de Gaza.
Gaza - Com uma guirlanda na mão, Sara monta a árvore de Natal com seus pais, mas ela vai passar a noite de quarta-feira sem eles, pois as autoridades israelenses negaram a permissão para que ela possa ir a Belém, onde, segundo a tradição, Jesus nasceu.
O Estado de Israel só autorizou a pouco mais de 500 cristãos de Gaza, inclusive os pais de Sara, deixar o território palestino para ir à Missa do Galo na igreja da Natividade, na Cisjordânia ocupada.
"É um Natal feliz, mas também um pouco triste porque não me deram a permissão para acompanhar meus pais", disse a menina de 11 anos. Sua mãe, Abir Mussad, fala de "uma alegria pela metade".
Ao lado do marido, poderá celebrar o nascimento de Cristo em Belém. Ao contrário, seus filhos irão "ver o Papai Noel na quinta-feira na igreja de Gaza". "Para que nos deem nossos presentes", disse Sara.
Em Gaza, os adultos fizeram tudo o possível para não arruinar a festa das crianças, mas nem por isso se esquecem da guerra do último verão no hemisfério norte, seus mortos e seus danos, como lembra Um Georges, de 60 anos, que também recebeu uma autorização para visitar Belém.
"Neste ambiente particular, vamos celebrar o Natal para tentar esquecer o sofrimento da guerra", explicou esta mulher de Gaza, que perdeu a irmã em um dos bombardeios israelenses.
Nas ruas, onde ainda são visíveis as marcas da guerra, na qual morreram mais de 2.000 cidadãos de Gaza, a maioria civis, as lojas estão enfeitadas para o Natal.
A grande maioria dos 3.500 cristãos de Gaza terá que se contentar com eles, pois não conseguiu o pequeno documento que permitiria percorrer as poucas dezenas de quilômetros de distância que separam Gaza de Belém.
Abdallah Yahshan faz parte desta grande maioria. Ele apresentou um pedido para viajar a Belém, ao lado da esposa, as as autoridades israelenses lhe negaram a permissão.
Por isso, ficará em Gaza. "Queremos celebrar com alegria, mas o sangue dos mártires que correu durante a guerra ainda está fresco (...) Vamos celebrar a missa e fazer uma pequena festa, muito simples", conta.
Tony al Masri, de 60 anos, montou uma árvore de Natal, mas também tem pouca vontade de celebrar. "Por dentro, estou triste pelo meu povo que sofre por culpa da guerra", lamentou.
"A guerra afetou todos nós, cristãos e muçulmanos, por isso rezo pela paz e a unidade", acrescentou.
George, que prefere não revelar seu sobrenome, diz rezar pelo fim dos "integristas" e dos ataques contra cristãos.
"Embora haja poucos radicais como os da organização Estado Islâmico (...), não duvidam em nos atacar, já o terão feito", afirma.
Em fevereiro, homens não identificados colocaram um explosivo perto da igreja da Sagrada Família, na Cidade de Gaza.