O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela - de viés governista - convocou, na quinta-feira, 1º, o comparecimento dos candidatos nas eleições presidenciais, tachadas de fraudulentas pela oposição, após aceitar um recurso do proclamado vencedor Nicolás Maduro para certificar o processo.
A Sala Eleitoral do TSJ convocou Maduro e seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, a quem o mandatário ameaçou de prisão ao acusá-lo de liderar um golpe de Estado junto com a líder opositora María Corina Machado.
Outros oito candidatos minoritários também foram chamados. "Estarei lá, espero que todos os candidatos compareçam", afirmou Maduro em um ato público.
A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, informou a decisão da sala de aceitar o recurso de amparo apresentado na quarta-feira por Maduro e iniciar "o processo de investigação e verificação para certificar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral".
O comparecimento está marcado para esta sexta-feira, às 14h00 locais (15h00 em Brasília).
"Esta Sala Eleitoral [...] assume o compromisso com a paz, a democracia e a busca pela ordem constitucional [...], garantindo que a vontade das eleitoras e eleitores receba uma efetiva e oportuna tutela judicial", acrescentou.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), também de linha governista, proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos contra 44% de González Urrutia, que passou a representar a principal aliança opositora, Plataforma Unitária, após a inabilitação política da ex-deputada María Corina Machado.
A oposição afirma que possui cópias de mais de 80% das atas de urna e que González Urrutia somava 67% dos votos.
Na segunda-feira ocorreram protestos que terminaram com pelo menos 11 mortos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos. A oposição, por sua vez, estima um saldo de 20 mortos.
Em artigo de opinião publicado nesta quinta pelo Wall Street Journal, María Corina disse que está na clandestinidade e temia por sua vida e liberdade, depois de Maduro pedir prisão para ela e González Urrutia.
"Vocês têm as mãos manchadas de sangue", declarou na quarta-feira o governante chavista ao se referir a seus adversários. Maduro os acusa de promoverem um "golpe de Estado" com suas acusações de fraude. "Devem estar atrás das grades", acrescentou.
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Maria Corina Machado
(A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado (c), participa de passeio político em Guanare, estado de Portuguesa (Venezuela). Venezuela realizará eleições presidenciais em 28 de julho de 2024)
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Nicolás Maduro
(O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, discursa em evento de campanha nesta terça-feira, em área popular de Caracas (Venezuela). Maduro convidou os seus seguidores a celebrar no Palácio Miraflores – sede do Governo – em Caracas, o seu “triunfo” nas eleições de 28 de julho, quando competirá contra nove adversários pelo próximo mandato de seis anos no poder)
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Edmundo Gonzáles Urrutia
(O candidato presidencial venezuelano Edmundo Gonzalez (C) fala a estudantes ao lado de sua esposa Mercedes Lopez (2ª-L) e da líder da oposição venelana Maria Corina Machado (R) durzueante um comício de campanha na Universidade Central da Venezuela em Caracas, em 14 de julho de 2024)
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(A líder da oposição venezuelana María Corina Machado cumprimenta apoiadores nesta quarta-feira, em evento de campanha em Guanare (Venezuela). Machado afirmou que existe um movimento social de todas as idades e em todas as regiões do país pela “libertação”, mas também pela redenção, porque – disse – os venezuelanos devem curar as suas feridas e reunir-se)
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(Fotografia cedida pelo Palácio Miraflores do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimentando apoiadores durante evento de campanha nesta quarta-feira, em Caracas (Venezuela). Maduro pediu a milhares de trabalhadores que se reuniram em Caracas que votassem, antes das eleições de 28 de julho, ao mesmo tempo que prometeu recuperar os salários da classe trabalhadora, reduzidos durante os seus 11 anos de governo)
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Nicolás Maduro
(Seguidores do presidente da Venezuela e candidato presidencial, Nicolás Maduro, participam esta terça-feira num evento de campanha, numa zona popular de Caracas (Venezuela). Maduro disse que um “morruñeco (tolo)” não pode aspirar à presidência de um país, por isso destacou a importância de “ter saúde” para realizar esse trabalho e assumir os seus compromissos)
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(O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, discursa em evento de campanha nesta quinta-feira, em Caracas (Venezuela))
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Apoiadores do presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, seguram cartazes em evento de campanha em Caracas (Venezuela)
(Apoiadores do presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, seguram cartazes em evento de campanha nesta quinta-feira, em Caracas (Venezuela))