Desde o início da campanha solidária da Survival, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebe mais de mil mensagens diárias sobre o assunto (Aizar Raldes/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2012 às 19h30.
Londres - Uma organização defensora dos direitos dos indígenas alertou nesta quinta-feira que a tribo dos awás na Amazônia, cujo território está sendo devastado por madeireiros, criadores de gado e colonos, é a "mais ameaçada" do planeta.
Em comunicado, a Survival International adverte do perigo que correm os membros dessa tribo, depois que as autoridades brasileiras admitiram que o número de "invasores" dentro de uma das reservas dos awás é dez vezes maior que o dos próprios indígenas.
A organização iniciou em março uma campanha liderada pelo ator britânico Colin Firth para salvar a tribo de uma extinção iminente, após o que foram recebidas mais de 20 mil mensagens de protesto pela situação dessa tribo.
Isso serviu, segundo a Survival, para que as autoridades brasileiras admitissem o alcance da gravidade do problema.
A organização internacional teve acesso a um estudo do Governo Federal que estima que poderia haver até 4,5 mil "invasores" - entre criadores de gado, madeireiros ilegais e colonos - em apenas um dos quatro territórios habitados pelos awás, cuja população total não supera as 450 pessoas.
A organização lembra que a nova presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo, confirmou que a situação "desesperadora" dos awás é agora a principal prioridade do organismo.
Desde o início da campanha solidária da Survival, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebe mais de mil mensagens diárias sobre o assunto.
"O Brasil é um dos países mais importantes do mundo, com uma das economias mais dinâmicas e, claro, tem recursos para proteger a terra dos awás. O vai fazer? Se não fizer nada e os awás desaparecerem, significará que este 'milagre econômico' serve apenas para os ricos e poderosos?", perguntou hoje o diretor da Survival International, Stephen Corry.