Jeremy Corbyn: o Trabalhismo acredita, no entanto, que seria errôneo realizar outra consulta tão breve (Russell Cheyne/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de março de 2017 às 11h40.
Londres - O líder trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, disse nesta segunda-feira que seu partido, primeiro da oposição, "não bloquearia" na câmara dos Comuns a realização de um segundo referendo de independência na Escócia se este for aprovado pelo parlamento autônomo dessa região.
Corbyn sustentou, no entanto, que "não há interesse" entre os escoceses para que seja realizado o referendo e indicou que os trabalhistas se oporão ao mesmo no parlamento escocês, mas, se este for aprovado, não o bloquearão.
"O referendo de independência escocês de 2014 foi descrito como o acontecimento de uma geração. O resultado foi decisivo e não há interesse por outro referendo", disse o dirigente esquerdista.
"O Trabalhismo acredita que seria errôneo realizar outra consulta tão breve e o Partido Trabalhista da Escócia se oporá a isso no parlamento escocês", afirmou.
"Se, no entanto, o parlamento escocês votar pela realização, os trabalhistas não bloquearão essa decisão democrática em Westminster", acrescentou.
Corbyn esclareceu que "se for convocado outro referendo, o Trabalhismo se oporá à independência, porque não é do interesse de lugar algum do país romper o Reino Unido".
A ministra principal do governo escocês, Nicola Sturgeon, anunciou hoje que na próxima semana promoverá a legislação para a realização de um segundo referendo de independência entre o outono de 2018 e a primavera de 2019, perante a "intransigência" do governo conservador de Londres a negociar o "Brexit" (a saída do Reino Unido da União Europeia).
Um porta-voz do Executivo da primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou hoje que convocar um segundo referendo sobre a independência da Escócia seria "divisório" e causaria uma "grande incerteza econômica".