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The Economist destaca fenômeno Tiririca no Brasil

Texto da revista britânica elogia agilidade do processo eleitoral, mas diz que celebridades e candidatos ficha-suja são vergonha

Economist critica grupo de candidatos com habilitações duvidosas para ocupar um cargo público (.)

Economist critica grupo de candidatos com habilitações duvidosas para ocupar um cargo público (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

São Paulo - O processo eleitoral no Brasil chama a atenção da mídia estrangeira tanto para o bem, quanto para o mal. Uma matéria da revista britânica The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (7), elogia o uso da urna eletrônica, mas, ao mesmo tempo, critica a vergonha de ter entre os candidatos, nomes como o do palhaço Tiririca.

"As urnas eletrônicas usadas no país para as eleições fazem com que seja possível saber o resultado das votações antes do dia terminar. Mas nenhuma tecnologia pode dar mais agilidade aos tribunais brasileiros. Apenas um dia antes das eleições foi decidido que os votos para candidatos impedidos de concorrer, com base em uma lei anticorrupção votada este ano, deveriam ser descartados", dizia a reportagem.

Estes personagens de candidatura questionável foram divididos pela Economist em dois grupos. Há os que, apesar de não ter na ficha acusações de corrupção, têm "habilitações duvidosas" para ocupar um cargo público. É o caso de Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, a quem a revista se refere como "o palhaço conhecido por ser o cantor de uma única música de sucesso".

Depois de citar o slogan da candidatura de Tiririca para a vaga de deputado federal, a matéria ressalta a votação expressiva que ele obteve (1,35 milhão de votos). O texto lembra ainda que Tiririca deverá ser submetido a um teste de alfabetização para que possa assumir o cargo. "Mesmo que ele não consiga, três de seus aliados (do partido) podem chegar ao Congresso seguindo seu rastro multicolorido."

Além de mencionar o sucesso de Tiririca e o fracasso de candidaturas como as das mulheres Pêra e Melão, a Economist destacou um segundo grupo. O dos que não conseguiram se eleger por problemas com a justiça.

"Na disputa para governador e deputado, um total de 11 milhões de votos foram para candidatos inelegíveis. No norte do estado do Pará, por exemplo, dois de três concorrentes ao Senado estavam na lista negra. Contudo, políticos podem entrar com recurso por terem entrado na tal lista", diz a matéria.

A situação, segundo a Economist, é "ainda mais caótica quando se trata da disputa pela Câmara dos Deputados". A revista lembra que, se candidatos recebem mais votos do que precisam para serem eleitos, estes votos passam a candidatos do mesmo partido.

"Ainda será decidido se políticos poderão ser eleitos com votos de candidatos desqualificados. Se não puderem, o resultado de todos os recursos na justiça poderão afetar o equilíbrio do poder legislativo."

Leia mais: Tiririca tem até dia 14 para apresentar defesa

Os famosos que fizeram sucesso nas urnas

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