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Testemunhos reabrem polêmica sobre papel russo em eleição dos EUA

A ex-secretária interina de Justiça Sally Yates e o ex-diretor-geral de Inteligência James Clapper serão interrogados por uma comissão que investiga o caso

Interrogatório: o tema se tornou um tormento para o governo de Donald Trump (Aaron P. Bernstein/Reuters)
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AFP

Publicado em 8 de maio de 2017 às 17h48.

O testemunho de dois ex-funcionários de alto escalão do governo Barack Obama no Senado promete reabrir, nesta segunda-feira (8), a polêmica sobre a denúncia de interferência da Rússia na eleição presidencial americana realizada no ano passado.

A ex-secretária interina de Justiça Sally Yates e o ex-diretor-geral de Inteligência James Clapper serão interrogados sob juramento por uma comissão do Senado que investiga o assunto.

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Esse tema se tornou um tormento para o governo de Donald Trump.

No final de 2016, Clapper manifestou sua convicção de que funcionários de alto nível do governo russo haviam autorizado a invasão dos e-mails do Partido Democrata, assim como sua divulgação pública, para afetar a candidatura presidencial de Hillary Clinton e ajudar Trump.

Em menor grau, essa convicção foi compartilhada por várias agências de Inteligência. As provas nunca foram divulgadas, porém, devido à sensibilidade do caso.

Os testemunhos de hoje de Yates e de Clapper se concentrarão, porém, nas relações entre a Rússia e Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump demitido depois de ficar apenas um mês no cargo.

De acordo com fontes não identificadas citadas na imprensa americana, Yates chegou a alertar a Casa Branca sobre contatos entre Flynn e funcionários russos. Trump manteve Yates como procuradora-geral interina por dez dias.

Apesar desses avisos, Trump nomeou Flynn. Teve de demiti-lo poucas semanas depois, porque o funcionário omitiu de seus superiores na Casa Branca seus contatos com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak.

Nas audiências desta segunda-feira, Yates será interrogada sobre o nível de detalhamento de seus alertas sobre Flynn feitos à Casa Branca. Fatos que são negados pela administração Trump.

Hoje, um ex-funcionário do governo disse à AFP que o próprio Obama chegou a advertir Trump sobre Flynn.

Obama chegou a nomear Flynn em 2012 para ficar à frente da Agência de Inteligência da Defesa, mas o presidente o removeu do cargo em 2014.

Segundo essa mesma fonte, o democrata alertou seu sucessor sobre o crescente papel de Flynn na equipe de transição, durante a reunião que tiveram no Salão Oval da Casa Branca pouco depois das eleições.

Enquanto isso, Trump recorreu à sua arma favorita - o Twitter - para atacar Yates e Clapper com mensagens que questionam a integridade dos dois ex-funcionários da gestão anterior.

De acordo com Trump, "Flynn recebeu a mais alta autorização de segurança por parte do governo de Obama".

Em outra mensagem, o republicano sugeriu aos senadores que perguntem a Yates, "sob juramento, se sabe como é que a imprensa recebeu informação 'reservada' pouco depois que ela se apresentou a funcionários da Casa Branca".

Na semana passada, Hillary Clinton disse ter certeza de que sua derrota na eleição presidencial resultou, em parte, do vazamento de e-mails de seu comitê de campanha no WikiLeaks. A iniciativa foi atribuída à Rússia.

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