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Terremoto no Marrocos deixa ao menos mil mortos

Outras 650 pessoas ficaram feridas e estão hospitalizadas, de acordo com o Ministério do Interior

Souk de Marrakech: ao menos outras 150 pessoas estão hospitalizadas (FADEL SENNA/AFP/Getty Images)

Souk de Marrakech: ao menos outras 150 pessoas estão hospitalizadas (FADEL SENNA/AFP/Getty Images)

Publicado em 9 de setembro de 2023 às 08h10.

Última atualização em 9 de setembro de 2023 às 12h52.

Pelo menos 1.037 pessoas morreram devido a um forte terremoto de magnitude 6,8 que provocou o desabamento de vários edifícios na noite de sexta-feira em Marrocos, com epicentro perto da cidade turística de Marrakech, segundo um balanço oficial divulgado este sábado.

O terremoto aterrorizou a população, que fugiu de suas casas no meio da noite. O Ministério do Interior informou que há 672 ferido feridos, dos quais 205 graves. O terremoto causou o colapso de vários edifícios especialmente nas províncias e municípios de al Haouz, Taroudant, Chichaoua, Ouarzazate e Marrakech, no sudoeste.

O choque foi sentido até na capital Rabat, a centenas de quilômetros de distância, e em cidades costeiras como Casablanca ou Essaouira, até mesmo no país vizinho, a Argélia.

Embaixada do Brasil se manifesta

A Embaixada do Brasil em Rabat, a capital do Marrocos afirmou neste sábado, 9, que não há registro de brasileiros entre as vítimas do forte terremoto que deixou mais de 1.000 mortos no país.

"A Embaixada do Brasil em Rabat acompanha com atenção os desdobramentos do terremoto", diz a nota que expressa solidariedade ao povo marroquino. “Não há, até o momento, notícia de brasileiros mortos ou feridos", continua o texto.

O texto, no entanto, não deixa claro se há algum registro de brasileiros entre os desaparecidos.

Detalhes

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto foi de magnitude 6,8 e ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilômetros, com epicentro 71 quilômetros a sudoeste de Marrakech às 23h11, horário local (22h11 GMT).

A mídia marroquina informou que este é o terremoto mais poderoso registrado neste reino no Norte da África. O Ministério do Interior afirmou que as autoridades mobilizaram “todos os recursos necessários para intervir e ajudar nas zonas afetadas”.

Os hospitais de Marrakech registaram um “fluxo maciço” de feridos e o centro de transfusão de sangue local lançou um apelo à população para fazer doações.

Homem anda pelos escombros após terremoto atingir cidade de Marrakech, em Marrocos (FADEL SENNA/AFP/Getty Images)

Relatos de vítimas

Fayssal Badour, de 58 anos, estava voltando para casa quando o terremoto aconteceu. "Eu parei e percebi a catástrofe. Era muito sério (...) Os gritos e os choros eram insuportáveis", relatou.

"Não há muitos danos, mais pânico", disse um morador de Essaouira, a cerca de 200 km de Marrakech, em entrevista à AFP por telefone. "As pessoas estão nas praças, nos cafés, preferem dormir ao ar livre", acrescentou.

O terremoto também foi sentido em várias províncias do oeste da Argélia, o país vizinho, mas o departamento de defesa civil argelino descartou danos ou vítimas.

O reino alauita sofre terremotos frequentes em sua região norte porque está entre as placas africana e euroasiática. Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terramoto atingiu al-Hoceima, no nordeste do país.

Em 1980, o terremoto em El Asnam, na vizinha Argélia, com magnitude 7,3, foi um dos terremotos mais destrutivos da história contemporânea. Deixou 2.500 mortos e pelo menos 300.000 pessoas desabrigadas.

Manifestação de outros países

O presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, expressou suas condolências ao país vizinho pela “tragédia”. O chanceler do país, José Manuel Albares, disse durante a cúpula do G20 que equipes de resgate estão à disposição para ajudar na emergência no Marrocos.

"A Espanha ofereceu ao Marrocos, se julgar necessário, tanto sua capacidade de resgate, que nesses momentos é a mais importante, quanto sua capacidade de reconstrução, uma vez passado esse momento. O que é importante agora é salvar o maior número possível de vidas", disse Albares aos repórteres na cúpula do G20 na Índia.

A França, que tem uma grande população de origem marroquina, também manifestou a sua “solidariedade” e o seu presidente, Emmanuel Macron, disse estar “chocado”. Benoît Payan, prefeito de Marselha, uma cidade portuária mediterrânea no sul da França, disse que enviaria bombeiros ao Marrocos para ajudar nos esforços de resgate.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da Ucrânia, Volodymyr Zelensky; e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também expressaram as suas condolências e solidariedade. A União Africana expressou a sua “grande dor” pela tragédia.

Falando do G20 em Nova Deli, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse estar “extremamente triste com a perda de vidas”.

(Com Estadão Conteúdo, O Globo e AFP)

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